Evan foi embora por volta das 22h. Antes disso, nós jantamos um macarrão com manjericão que ele fez, que ficou magnífico. Vimos mais um filme, e conversamos. Estranhamente, as coisas estavam confortáveis entre nós, e meu peito parou de gritar um pedido de socorro dentro de mim a cada vez que ele se aproximava.
Naquela noite, sorri sozinha antes de dormir, e não conseguia parar de escutar Cigarettes After Sex em loop no Spotify. Quando me dei por conta que estava sorrindo feito uma adolescente apaixonada, dei um tapa no meu próprio rosto e fui dormir com som de chuva no fone pra tirar aquela música da minha cabeça.
Mas, acabei tendo um sonho erótico com Evan. O que me fez acordar ainda mais boba do que estava antes de ficar irritada por estar boba.
Segunda-feira, e seria um dia agitado;
Havia sido convidada para participar de um podcast como convidada. Era um podcast em que duas influenciadoras conhecidas apresentavam, e falavam sobre relacionamentos, principalmente.
Fui para falar sobre Morte Súbita, e em algum momento, me questionaram sobre para quem eram as poesias.
— Eu tive um relacionamento no ano passado. — disse. — Mas não acabou muito bem, foi bom enquanto durou, mas foi meio caótico no fim. E depois que acabou, eu tive uma bomba de criatividade, e foi dali que saiu o meu surto de ir viajar sozinha, e de escrever aquelas poesias todas.
— E essa pessoa sabe que é pra ele? — indagou uma das meninas.
— Olha, sinceramente, por algum motivo eu pensei que as pessoas que me inspiram a escrever alguma coisa, nunca fossem descobrirem que são ou foram minhas inspirações. — ri. — Mas acho que eles sabem. Uma hora eles leem, descobrem, e aí depois, só deus sabe.
— Mas todas as suas obras são sobre alguém?
— Não diria que são exatamente sobre alguém, mas alguém foi minha inspiração, isso sim. — expliquei. — E também, eu sou uma tremenda escrava do meu coração. Tudo que eu escrevo tem uma tendência a ser sobre algo que eu já vivi, senti, passei... E aí, acaba que essas coisas sobre o amor, também sejam inspiradas na vida real.
— E o relacionamento que inspirou Morte Súbita, pelas poesias... Foi um amor bem intenso, não?
— Foi. — sorri. — Foi um relacionamento muito bom, muito intenso. Pensei que tivesse encontrado minha alma gêmea, e que fosse ser pra sempre. — pigarreei. — Foi a primeira pessoa que eu consegui me relacionar e me entregar de verdade depois de um bom tempo sem ter me envolvido com alguém.
— E o que deu errado? — perguntou a outra menina, me fazendo quase engasgar com a água, porque eu sabia a resposta.
— Acho que... — claro que, me esqueci por alguns segundos que era um podcast, porque a conversa estava tão leve e confortável, que eu esqueci que tinha um microfone maior que meu braço na minha frente. — Acho que eu projetei outra pessoa nele. E talvez por isso tudo tivesse sido tão bom por um período finito... Porque era meio ilusório, era eu depositando um sentimento pertencente à outra pessoa, nele.
Continuamos conversando e eu me expus consideravelmente, tanto, que quando saí de lá, me dei por conta de tudo o que abri, e pedi à deus que Dylan, meu ex, não escutasse aquele podcast nunca jamais. Porque iria magoá-lo muito escutar aquelas coisas, sendo que não foi bem aquilo que eu disse para ele quando terminamos.
No fim do dia, enquanto dirigia para casa, Evan me enviou uma mensagem de voz, que ecoou pelo rádio do carro, pois estava plugado no bluetooth.
— Oi Liz! Como foi o podcast hoje? — meu coração gelou. — Não consegui escutar na íntegra... — aliviou. — Tava passando numa confeitaria e achei aquele doce que você me disse que queria provar. Comprei 2. Tá em casa?
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🎼A SINFONIA DO FIM🎼 Evan Peters
RomanceElizabeth e Evan viveram um grande romance no passado. Romance este, cujo o término inspirou a primeira obra publicada da jovem escritora, "A Sinfonia do Fim". Anos após o lançamento, Evan descobre a existência deste livro, e o lendo, acaba dando de...