Dormir era algo consideravelmente complicado, quando minha cabeça estava a mil, processando 1001 pensamentos por minuto, criando cenários hipotéticos que me magoavam e diversas situações desconfortáveis que poderiam ocorrer.
A briga com Vic mexeu bastante comigo, e eu já estava um pouco mexida por causa da discussão do fim de semana com Evan e tudo o que veio depois.
Passamos a semana juntos, como ele havia sugerido, e no fim de semana fomos viajar para outra cidade, passar um tempo em um hotel com hidromassagem, vinho e essas coisas. Era bom estar com ele, realmente me acalmava, ao ponto de eu só ter conseguido dormir bem durante a viagem, em uma cama de hotel, depois de um banho de hidromassagem e uma garrafa de vinho.
Quando voltamos, estava mais calma, e estava um pouco mais dopada pelo amor insano que sentia por ele. Em algum canto da minha cabeça, surgiu de leve o pensamento de que eu não precisava de Vic, não precisava de amigos, não precisava de ninguém, porque tinha ele. E eu só precisava dele.
E essa ideia foi tomando forma e crescendo, e quando voltamos de viagem, ficou difícil dormir de novo, agora, porque minha cabeça era atingida por diversas fantasias sobre um romance de filme, algo tão forte que duraria até a morte.
O observei dormir enquanto eu estava virando de um lado para o outro na cama. O olhei, tão calmo, dormindo profunda e tranquilamente, e acariciei seu rosto, pensando se ele me amava como eu o amava. Se ele sabia como eu era, se ele me amaria mesmo me vendo em todas as minhas faces.
Porque ele não fazia ideia do quanto, cada dia mais, eu ficava louca por ele. Ele era perfeito aos meus olhos, e tudo o que eu queria era tê-lo para mim para sempre.
Uma vez, minha mãe, na tentativa falha de me explicar o que era o amor, sendo ela um exemplo complicado para falar sobre amor (ela teve 4 maridos), me disse que amar alguém é confiar a própria morte ao lado dessa pessoa, era saber que você tranquilamente morreria ao lado dessa pessoa, e ainda que nos últimos segundos de vida, saberia que tudo valeu a pena, por ter amado essa pessoa.
E quando olhava para Evan, sabia que o amava o bastante para morrer ao seu lado. Mas meu amor por ele era tanto, que começava a doer meu peito. Porque se muito pensava, via-o me deixando, largando minhas mãos, beijando minha testa pela última vez, e me dizendo que a cidade era grande demais, que eu viveria outros amores, que o esqueceria logo.
Bem como, me lembrava de vê-lo com outras pessoas, vivendo sua vida em outros braços, me vendo por aí e fingindo não me ver, sumindo da minha vista, cortando contato, saindo do país.
Me lembrava dos seus olhos sem uma gota de lágrima quando me disse que não me amava mais. E minha espinha dorsal inteira se arrepiava de ponta a ponta, só de pensar na hipótese de ouvi-lo dizer aquilo de novo.
Morreria se o escutasse dizer que não me amava mais. De novo.
Naquela noite em específico, pensei tanto naquela hipótese, que acabei por cair em lágrimas em algum momento da madrugada, acordando Evan sem querer.
— Liz? — perguntou ele, se aproximando e rodeando meu corpo com seu braço.
Sequei o rosto depressa, a tempo dele me puxar, me rodando na cama e me deixando de barriga para cima, para que pudesse ver meu rosto.
— O que houve? — perguntou, preocupado.
— Nada... — sorri, puxando-o e lhe dando um beijo na bochecha.
— Você estava chorando. — insistiu. — Eu escutei...
Evan subiu pelo meu corpo para alcançar o abajur e acendê-lo. — E estou vendo seus olhos vermelhos.
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🎼A SINFONIA DO FIM🎼 Evan Peters
RomanceElizabeth e Evan viveram um grande romance no passado. Romance este, cujo o término inspirou a primeira obra publicada da jovem escritora, "A Sinfonia do Fim". Anos após o lançamento, Evan descobre a existência deste livro, e o lendo, acaba dando de...