Narrado por Evan.
As semanas foram passando, e depois da briga em que Elizabeth quebrou um copo quase que em mim, ela se acalmou um pouco. Mas, parecia que na verdade ela só estava respirando e inspirando um monte de coisa, e segurando tudo dentro do peito, como se em algum momento ela fosse simplesmente cuspir tudo em mim quando se descontrolasse.
Ao mesmo tempo que a senti mais quieta, a senti mais distante, como se ela estivesse propositalmente se afastando para evitar mais brigas.
E aquela sensação de que estávamos tão mal que não conseguíamos ficar juntos por tempo demais, me embrulhava o estômago. Não conseguia tirar da cabeça as coisas que Victoria havia me falado, e por conta própria, Elizabeth não abriria nada sobre seus sentimentos. Sentia que ela tinha medo.
Perdi a conta de quantas vezes a olhei e só consegui pensar, que voltar para a vida dela foi uma escolha ruim.
Elizabeth não era mais a pessoa que eu conheci tempos atrás, e não era mais a pessoa que encontrei recentemente. Parecia que ela se escondeu dentro de si mesma e estava presa lá dentro, com medo de sair e de me afastar. Dava pra sentir que era isso.
Tentei procurar pelo seu apartamento pelos seus medicamentos, mas não achei nada. Até porque, passávamos pouco tempo por lá, ficávamos mais na minha casa.
Tentei começar um assunto mais sério e mais pessoal, mas ela fugia depressa.
Amar Elizabeth estava sendo mais complicado do que eu pensava que seria, o que, me entristecia. Porque tudo o que eu queria, era que pudéssemos ser felizes. Mas parecia impossível.
Na tarde de um sábado, pedi para que ela me ajudasse a descolorir os meus cabelos como ela costumava fazer no passado. E enquanto isso, tentei conversar, puxar algum assunto.
— Nunca mais tinha descolorido o cabelo. — disse, enquanto ela passava o pincel com descolorante na minha cabeça. — Não deixo ninguém além de você tocar no meu cabelo.
— Acho bom. — sorri. — Nunca mais tinha descolorido o cabelo de alguém, também.
Ri, vendo-a vir até minha frente para espalhar o descolorante pelas mechas da frente.
— Liz... — disse, colocando minhas mãos na sua cintura por baixo da sua camiseta comprida, enquanto ela estava de pé na minha frente, e eu, sentado em um banco no meio da sala do seu apartamento.
— Diga. — ela sorriu, me olhando.
— Você tá bem?
— Estou sim, por quê?
— Você tá distante... — disse, comprimindo os lábios e vendo-a fechar o sorriso e dar de ombros, continuando a arrumar meus cabelos.
Fiquei em silêncio até que ela finalizasse, e me pedisse para ir até seu quarto buscar uma touca para colocar nos cabelos.
— Tá no armário aéreo do banheiro. — instruiu, indo lavar as mãos no tanque.
Fui até seu quarto, mas, como era a primeira vez em tempos que eu estava sozinho por ali, fechei a porta e não hesitei em mexer na sua gaveta na cômoda ao lado da cama. Mexi por poucos segundos até encontrar várias caixas de remédio vazias, e um porta-remédios com cada dia da semana, e vários comprimidos em cada dia.
Peguei em mãos duas caixinhas, vendo que eram tarja preta, com nomes dos quais eu nunca havia ouvido falar. Para que eram todos aqueles remédios afinal? Como é que ela estava tão estranha mesmo tomando tudo aquilo?
— O que tá fazendo? — indagou ela, abrindo a porta depressa e me encontrando agachado no chão com seus remédios na mão. Guardei tudo depressa, mas obviamente não adiantou. — Toda hora isso, Evan?
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🎼A SINFONIA DO FIM🎼 Evan Peters
عاطفيةElizabeth e Evan viveram um grande romance no passado. Romance este, cujo o término inspirou a primeira obra publicada da jovem escritora, "A Sinfonia do Fim". Anos após o lançamento, Evan descobre a existência deste livro, e o lendo, acaba dando de...