Capítulo 37 - Já é hora de dizer adeus?

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O tempo passa e descobrimos quando crescemos que o amor é uma construção cheia de nuances, e para algumas pessoas, simplesmente, é complexo demais.

Muito queria que fosse mais simples e mais fácil. Mas quanto mais o tempo passava, e mais difícil parecia de haver uma estabilidade entre Evan e eu, mais eu compreendia que as coisas eram mais complicadas do que eu era capaz de explicar.

Eu tinha minhas formas de pensar e de sentir, e por mais que me tratasse, remediasse, prevenisse, cuidasse, talvez nunca seria suficientemente compreensível para ele, que tinha a sua maneira de sentir, de agir, de pensar.

Sabia que eu o amava, e que isso não era algo que passaria com o tempo, tudo o que tivemos foi mais forte e mais intenso do que algumas pessoas viveriam pela vida inteira, e eu tinha noção disso.

Porém, a vida estava me mostrando que algumas coisas não faziam mais sentido, como tentar caber em um lugar que não foi feito pra mim, tentar criar felicidade onde ela não existia, e tentar fazer de um lugar desconhecido, o meu lar, só porque parecia ser o que eu devia fazer.

Por vezes pensava que Evan havia modelado a pessoa que ele queria que eu fosse, e nem que eu tentasse, eu conseguia caber naquele molde. E eu realmente vim tentando nos últimos tempos.

Deixamos as coisas ainda mas frias nos últimos meses, depois da nossa última briga. E aquilo foi me deixando em resguardo pra reavaliar minhas escolhas e decisões.

Alice estava quase completando um ano. Era incrível como aquela menina era fisicamente parecida com o Evan, desde os cabelos, aos olhos, ao rostinho. Que coisa, não? 9 meses sofridos na minha barriga pra ela vir a cara dele. Mas tudo bem, ele era lindo mesmo.

E era incrível pensar como 1 ano passou rápido, e como aquele ano foi simplesmente o ano mais intenso e diferente da minha vida.

Ser mãe era uma dádiva e uma guerra até o fim da vida. E eu estava sinceramente vivendo com uma alegria que nunca pensei que fosse ter.

A nossa menininha já dava alguns passos e se arriscava a falar algumas sílabas. Um tanto inteligente e acelerada.

Investimos um dinheiro que tínhamos para uma festinha de 1 aninho, alugamos um salão legal e convidamos parentes, amigos, etc e etc. Festas de crianças pequenas eram eventos para os adultos e não para a criança mesmo.

Estava tudo lindo no dia, Alice trajava um vestidinho preto muito bonitinho que contrastava com a sua pele clara, olhos negros e cabelos louros. Era parecia um anjinho, ironicamente com a mesma beleza angelical que me cativava em Evan.

Era até estranho que a minha filha fosse tão parecida com o homem que eu amava com todo meu coração.

Um pouco irritante ela não ser nada parecida comigo, mas tudo bem............

Victoria e Joe, os padrinhos de Alice se reaproximaram bastante nos últimos meses, Joe e Evan viraram amigos, como se já tivessem uma amizade de longa data. Em função disso, evitei de falar sobre problemas do nosso relacionamento com Victoria, e com qualquer pessoa, na verdade.

Sucumbir os problemas pra mim, não costumava fazer bem, mas naquela fase, só me fez perceber que eu precisava tomar uma decisão.

Durante a festa de aniversário, me senti a mãe mais babona expondo a beleza de Alice pelos quatro cantos daquele salão, e enquanto conversava com pessoa por pessoa, fui questionada algumas vezes se meu relacionamento com Evan ia bem. Me confirmando que toda e qualquer pessoa podia perceber que havia um muro invisível entre nós.

Único momento em que estávamos realmente juntos, foi na hora de cortar o bolo e tirar fotos. Fora isso, estávamos cada um em um canto, nos revezando em quem segurava Alice.

🎼A SINFONIA DO FIM🎼 Evan PetersOnde histórias criam vida. Descubra agora