Evan lidou bem com a paternidade. Melhor do que eu pensava que ele lidaria.
Ele aceitou a ideia de que seria pai, com muito mais facilidade do que eu ainda tentava engolir que seria mãe, e que minha vida não seria a mesma. O que, me fez sentir culpada por ter mais dificuldade em lidar com a maternidade.
Era estranho pra mim pensar que um ser humano inteiro estava sendo gerado dentro do meu corpo. Enquanto isso, Evan parecia feliz e animado com isso, mesmo que não estivéssemos juntos.
Porém, ele saber disso, fez com que ele voltasse à minha vida. Ele voltou a me visitar regularmente, e me acompanhava nas consultas. E vê-lo novamente na minha rotina tornou tudo mais fácil, por me tranquilizar de diversas formas naquela árdua jornada que era a maternidade.
E ao mesmo tempo, tornou tudo mais difícil no meu coração, porque, por mais que eu estivesse sendo firme e tivesse negado nossa relação amorosa de volta, meu coração palpitava quando ele estava comigo, e eu ainda sentia as borboletas no meu estômago quando o via, quando olhava em seus olhos, quando ele me tocava.
Desejava em segredo que ele me beijasse de supetão, para que eu pudesse sentir o gosto dos seus lábios de novo, a sensação do seu beijo e o calor do seu toque, sem me sentir culpada por trair meus próprios princípios.
— E você já pensou em nomes? — perguntou ele, quando lhe expliquei que demoraria provavelmente até o sétimo mês para descobrirmos o sexo do bebê em função da posição em que o feto estava.
— Pensei em Alexander para menino.
— E Alice para menina? — me interrompeu, completando meus pensamentos.
— É... — ri. — Como sabe?
— Conversamos sobre isso, uma vez. — ele sorriu. — Quando tínhamos, sei lá, 17 anos.
— Você ainda lembra disso? — sorri por impulso.
— Claro. — ele desviou o olhar. — Me lembro porque nós tínhamos as mesmas escolhas para nomes, entre tantos nomes...
— Que conexão. — disse, olhando-o e vendo-o me olhar de volta nos olhos, arrepiando toda a extensão da minha espinha.
— Sempre. — ele concordou, colocando a mão na minha barriga. — Quando sua barriga vai começar a aparecer?
— Acho que daqui a um mês. — disse. — Mas não sei, pensei que ela já estaria ao menos um pouco maior.
— É estranho né? — indagou. — Pensar que tem um ser humano na sua barriga. Uma pessoa inteira. Começando do 0, crescendo e se desenvolvendo aí.
— É bizarro pra cacete. — ri. — Você não faz ideia do quanto minha cabeça anda cheia com isso.
— E você tá bem? — ele fez uma expressão de preocupado.
— Estou sim, relaxa. — sorri, acariciando sua mão sobre minha barriga. — É cheia no sentido bom. Cheia de pensamentos, possibilidades, perguntas, ideias, hipóteses.
— E como nós vamos fazer? — perguntou. — Digo, quando o bebê nascer... Nós vamos compartilhar a guarda desde o começo... Vamos morar sempre separados, você vai me querer presente por aqui, ou iremos dividir tudo em dois?
Pensar naquilo me doía. Não a cabeça, mas o coração. No fundo ainda tinha esperança que voltássemos, mesmo que eu soubesse que eu seria a culpada por estragar tudo de novo, e com um filho entre nós, não queria que a minha cabeça problemática poluísse o crescimento e desenvolvimento de uma criança que não teve culpa nenhuma de existir.
— Não sei. — suspirei. — Podemos pensar nisso quando estiver mais perto do parto?
— Claro. — ele disse. — Quero que saiba que eu quero ser totalmente presente em cada fase, em cada momento que puder.
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🎼A SINFONIA DO FIM🎼 Evan Peters
RomanceElizabeth e Evan viveram um grande romance no passado. Romance este, cujo o término inspirou a primeira obra publicada da jovem escritora, "A Sinfonia do Fim". Anos após o lançamento, Evan descobre a existência deste livro, e o lendo, acaba dando de...