— Te conheço o suficiente pra saber que você não lidou bem com isso. — disse Victoria, depois do meu sexto copo.
— Jura? — indaguei, com a voz embargada. — É claro que não lidei bem com isso. É a porra do Evan, fodendo com a minha cabeça de novo.
Peguei meu celular e abri no seu perfil do insta, do qual ele havia me dado um unfollow bem gostosinho.
Não consegui me segurar e enviei uma mensagem no SMS. Mas ele não respondeu.
— Ele nem responde minhas mensagens... — reclamei.
— Mas, tecnicamente, foi você que deu um fora nele. — disse ela.
— É claro. Ele não conseguiu ser capaz de entender as trinta vezes em que eu disse que não queria me envolver com ele.
— E por que você tá mal, se você não queria?
— Porque eu queria, Victoria! — exclamei. — Mas não agora! Porra, eu não tô bem da cabeça, eu tô com uns parafusos a menos, tô meio biruta. Ele voltou num momento em que eu já estava saindo da linha da sanidade, e só piorou. Eu não quero começar um relacionamento sabendo que não tenho condições mentais pra isso, e não quero nem ver quando ele começar a me ver dentro de um namoro, se ele já me acha confusa quando eu fui clara e direta.
— Fico orgulhosa de ver você sendo madura e extremamente racional quando a tentação tá te provocando com força. — disse ela.
— Obrigada pela parte que me toca. — sorri. — Agora, eu acho que deu de beber, preciso ir pra casa.
[...]
Uma semana se passou, e estive tão atucanada no trabalho, que não sobrou muito tempo para pensar em Evan. Mas, todas as noites, antes de dormir, me lembrava do seu abraço e do seu cheiro, e sabia que queria tudo aquilo de volta. Sabia que tinha sido covarde, não falei nada, apenas fui, apenas concordei com as coisas que ele disse.
Mas era difícil ser o contrário.
Pensei diversas vezes em me redimir. Mas não consegui. Tentei enviar mensagem, mas ele me ignorou. E tudo aquilo estava me deixando numa angústia pesada.
Sabia que a maior parte da culpa era minha. Mas eu precisava de um pouco de sufoco... Estava me torturando todo aquele silêncio e aquele gelo.
No sábado, teria um after após a premiação em que Evan estava concorrendo, e ele tinha me convidado. Então, mesmo ele nem me respondendo, passei um óleo de peroba no rosto, vesti uma roupa bonita que sabia que ele ia gostar, e decidi ir à sua festa.
Levei comigo uma coletânea de poemas bonitos que eu havia escrito pra ele no passado, e nunca lhe mostrado. Decidi que iríamos enfim conversar abertamente sobre o que aconteceu, sobre como eu fiquei depois, e sobre como eu queria que ficássemos agora.
Ele havia fechado um bar só para essa comemoração. E lá foi transmitida a premiação ao vivo em um telão.
Havia chegado meio cedo demais, então, não tinha muita gente ainda além da sua família, cujo, tive que cumprimentar, sabendo que todos me conheciam.
Fiquei um tempo conversando com Louise, a irmã dele, até que o tempo foi passando, passando, e passando.
E quando eram por volta das 00:00, ele chegou, sendo recebido com aplausos, abraços e muito carinho.
Fiquei perto do bar, com o pequeno livro em mãos, esperando ele chegar até mim sem mais muita gente ao seu redor. O que, demorou.
E, quando enfim, ele estava vindo, uma mulher de mais ou menos a mesma idade que eu, brotou não sei de onde, quase me atropelando no bar, só para ir abraça-lo, quando ele enfim chegava perto.
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🎼A SINFONIA DO FIM🎼 Evan Peters
Storie d'amoreElizabeth e Evan viveram um grande romance no passado. Romance este, cujo o término inspirou a primeira obra publicada da jovem escritora, "A Sinfonia do Fim". Anos após o lançamento, Evan descobre a existência deste livro, e o lendo, acaba dando de...