Capítulo 16 - Meu sol

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Evan ainda estava um pouco arisco comigo. Estava sério e desanimado. Já era terça-feira, e já não era mais efeito do pós uso de MD. Ali, já era sobre ele ter se decepcionado comigo.

Lhe dei um espaço, ainda que estivesse me corroendo não conversar com ele, ainda que eu tivesse chorado diversas vezes no mesmo dia, e me martirizado fortemente por ser do jeito que era... Era mais importante para mim, que ele ficasse bem.

Fui até a casa de Victoria na terça à noite, conversar. Mas começamos pelo pé esquerdo. Ela estava zangada comigo, mas, os motivos dela iam um pouco mais além.

— Não é só sobre sábado, Elizabeth. — disse ela, tragando seu cigarro.

— Você tá estranha comigo já faz um tempo...

— Não faz muito. — corrigiu. — E se você percebeu, é porque você suspeita o motivo por eu estar "estranha" com você.

— Não, não sei. — suspirei. — É por que eu voltei com o Evan?

— Acho que não pelo fato de vocês terem voltado... Mas sim pelo o que isso representa para você. Pelo impacto e pelas consequências disso.

— Como assim? — indaguei. — Você mesma me aconselhou a dá-lo uma segunda chance.

— Sim, aconselhei. — afirmou. — E fiquei feliz por terem voltado. Você parecia feliz, ele parecia feliz, e ele é uma boa pessoa. Não o conheci na época em que vocês namoraram da primeira vez, mas conhecendo-o agora, posso afirmar que realmente ele mudou, porque ele é uma boa pessoa. E uma pessoa que está muito disposto a estar com você. Muito mesmo.

— Eu sei.

— Aquele dia, ele estava muito preocupado quando você desapareceu. Ele estava chapado e aquilo gerou uma bad trip forte nele. Tivemos que ajuda-lo a se acalmar, porque ele ficava me perguntando repetidamente, se você tinha começado a usar drogas na época em que vocês terminaram. E disse que era culpa dele, que se algo acontecesse seria culpa dele.

— É. Ele não estava acostumado a usar MD. Nem nada. Nunca tinha usado. — afirmei.

— E eu estou preocupada com você. — disse ela, apagando o cigarro. — Te conheço o suficiente pra ter aprendido a reconhecer quando você deixa um sentimento te adoecer.

— O que quer dizer?

— Você parou de tomar seus remédios, não parou? — indagou ela, me fazendo engolir em seco e tremer a mão que segurava o copo de água que eu bebia.

— Vic, eu...

— Evan voltou, vocês voltaram, você se deixou levar pelo que sente por ele, e simplesmente decidiu que o amor cura tudo. — disse ela, em um tom um pouco cínico. — Que nem você fez em todas as vezes que se apaixonou, que nem quando você namorou com o Dylan.

— Não parei de tomar. — menti. — Não é assim que funciona.

— Então pior ainda! — exclamou. — Você tá elétrica, animada, numa alegria tão intensa que chega a ser maníaca... Se você tá assim com os remédios, então voltar com Evan foi ideia errada.

— Como pode me dizer essas coisas? — indaguei. — Eu estou feliz, porque estou com quem eu amo. As coisas são diferentes com ele, eu realmente fico mais feliz...

— Mais feliz, ou louca? — perguntou.

— Tá me chamando de louca?

— Estou dizendo que talvez esse relacionamento não seja sadio, e que estou preocupada com você.

— Ah. Que lindo, que amiga valiosa! — exclamei, soltando o copo na mesa de canto. — Venho me desculpar e você me chama de louca.

— Me expressei mal... Me desculpe... — disse ela, suspirando. — Mas estou realmente preocupada com você, Elizabeth. Você sabe que o lado alto também é muito violento com você e...

🎼A SINFONIA DO FIM🎼 Evan PetersOnde histórias criam vida. Descubra agora