Capítulo 18 - Noites em claro

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Narrado por Evan:

Acordei no meio da madrugada pela terceira vez na semana, sabendo que tinha despertado porque rolei na cama e não senti Elizabeth do outro lado.

Suspirei, vendo que estava sozinho no quarto, e me levantei, indo para a sala e a encontrando de pé olhando para a janela, com o computador aberto em cima do banco estofado no batente da janela. Ela bebia um energético e sussurrava sozinha. Percebi que ela estava com os fones bluetooth e nem havia percebido que eu estava bem atrás dela.

Me aproximei e agarrei seus ombros, beijando sua cabeça e vendo-a se assustar.

— Caralho Evan! — exclamou, tirando os fones e se virando para mim. — Pra que me assustar assim?

— O que você faz acordada às 4h da manhã. De novo? — indaguei, segurando seu rosto e mexendo nas suas bochechas. — Olha essas olheiras, garota.

— Escrevendo. — ela disse, abrindo um sorrisinho. Abri bem seus olhos, percebendo que ela estava com as pupilas dilatadas. De novo. — Estou inspirada!

— Mas precisa ficar acordada até essa hora? — indaguei. — Por que você não trabalha só, sabe, de dia...

— À noite eu fico mais inspirada. — ela sorriu, arregalando os olhos. Mais uma vez com um comportamento estranho. — A noite me deixa mais poética.

— Vivendo e aprendendo que escritores estão sempre a um passinho de perder a sanidade. — disse, soltando-a. — Fazem três dias que você não dorme.

— Eu durmo de manhã, eu te disse!

— E eu sei que é mentira. — forcei um sorriso para suavizar meu tom. — Você não tá dormindo. Fora que, semana passada, você estava dormindo muito mal. Está dormindo mal desde que brigou com a Victoria. E com a sua mãe.

— A gente briga o tempo todo. — disse ela, soltando o energético na mesa de centro e fechando o notebook depressa.

— Você e a Vic, ou você e sua mãe? — indaguei, cruzando os braços.

— Ambas. — ela riu.

— Por que exatamente você e sua mãe brigaram, aliás? — perguntei, tentando aliciá-la a falar mais sobre a briga com a sua mãe da qual eu não sabia o motivo.

— Ah, bobagem. — ela riu. — São 4h da manhã, aliás, né? Vamos dormir... — disse ela, indo em direção ao quarto.

A segui, vendo-a deitar na cama, cobrir-se e fechar os olhos, mas sabia que ela não ia dormir. Me deitei e peguei no sono, e na manhã seguinte, como de esperado, ela estava já estava acordada quando despertei, bebendo café, sentada na janela, com o notebook nas mãos, olhos arregalados, olheiras enormes e os dedos apressados, digitando violentamente.

— Meu deus Liz... — disse, me aproximando e vendo-a fechar o notebook depressa de novo, tirando os fones.

— Nem vi você acordar, amor. — ela sorriu.

— Você não dormiu, não é? — indaguei, vendo-a soltar o notebook, levantar e saltitar pela sala.

— Claro que dormi! Mas acordei um pouco antes de você!

— Elizabeth, sério... Não estou achando isso saudável. — suspirei. — Ficar acordada a noite toda, não dormir nada... Você vai ter um troço...

— Estou produzindo! — exclamou. — Desenvolvendo uma ótima história, sendo produtiva!

— Mas não é saudável... — insisti. — Privação do sono faz mal, sabia? Você pode começar a alucinar.

🎼A SINFONIA DO FIM🎼 Evan PetersOnde histórias criam vida. Descubra agora