O amor é um tipo de morte.
Morremos um pouco a cada vez que amamos.
Não sei ao certo se realmente existe alguém perfeito para cada um de nós; alguém destinado a estar conosco. Mas, sei que existem amores que marcam feito tatuagem na nossa pele.
Não importa o quanto magoe, o quanto rasgue, o quanto doa... Se marcou, fica lá pra sempre, e quanto mais profunda a marca, mais forte se faz a necessidade de preenche-la com tudo aquilo que possa nos trazer um pouco daquelas sensações únicas que só o amor nos fez sentir.
Álcool, drogas, sexo. Vícios nocivos, alegrias momentâneas, sensações prazerosas que custam caro. Uma vez que você já se perdeu um pouco por ter amado, nada se compara, nada cobre esse buraco, nada preenche esse vazio, nada faz essa marca desaparecer.
Queria às vezes, pedir desculpa para o meu corpo; por todos os garotos superficiais que eu deixei tocá-lo e pertence-lo por uma noite inteira como se eu não amasse o tempo em que vivo. Por todas as vezes em que bebi até passar mal. Por todas as noites em claro, por todas as substâncias que deixei circularem pela minha corrente sanguínea. Por cada decepção amorosa, por cada autopenitencia desnecessária, auto sabotagem dolorosa, e automutilação mascarada de esforço.
Mas, principalmente, queria pedir desculpa para o meu coração. Por ter deixado-o entrar de novo.
O amor é um tipo de morte. Eu morri um pouco quando Evan foi embora. E só percebi que estava meio morta, quando ele me trouxe a vida de novo.
Sei que o amor devia ser sobre deixar alguém te transbordar... Mas em algum dia eu já fui alguém completa, mas metade de mim foi carregada pra longe, dentro da mochila dele, sem ele saber. E agora, ele trouxe de volta.
O problema do amor, é que ele vicia rápido. Ele congela o tempo, ele nos faz masoquistas sem que percebamos, porque ele machuca um pouco mais a cada dia, e a dor se faz imperceptível, porque estamos anestesiados demais para identificar o que é dor, o que é amor. São apenas algumas letras diferentes, afinal.
[...]
— E então, vocês voltaram. — disse minha mãe, após lhe contar um resumo sobre os últimos acontecimentos entre Evan e eu.
— Sim. — concordei.
— E como você tá com isso? — perguntou ela, bebendo um gole de café.
— Feliz. Eu acho. — ri sozinha. — Ele tá bem diferente do que ele era.
Minha mãe ergueu uma sobrancelha. — Ou você gosta tanto dele que nem perceberia se fosse a mesma coisa.
— Não... — neguei. — Ele com certeza mudou.
— Bom, e ele sabe sobre as suas coisas?
— Minhas coisas?
— É, filha... Seus remédios, a terapia...
— Ele sabe o necessário. — a interrompi. — Não vejo motivo pra contar pra ele sobre isso.
— Se você diz...
— Se algum dia precisar, aí eu conto.
Minha mãe não aprovou muito meu retorno com Evan, ela não precisou dizer muita coisa para eu entender. Mas, a compreendia. Quando tudo explodiu, foi ela e meu pai que estavam do meu lado, só eles e mais ninguém. Foram eles que me viram no buraco, eles que me tiraram da foça, eles que me ajudaram e eles que me consolaram enquanto eu tinha um colapso mental forte o suficiente para quase me matar.
Mas, eram novos tempos. Ao menos, torcia para que sim.
Um fim de semana inteiro junto com Evan. Aquilo era algo novo pra mim. Porque agora passaríamos um fim de semana juntos como um casal e não como amigos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
🎼A SINFONIA DO FIM🎼 Evan Peters
RomansaElizabeth e Evan viveram um grande romance no passado. Romance este, cujo o término inspirou a primeira obra publicada da jovem escritora, "A Sinfonia do Fim". Anos após o lançamento, Evan descobre a existência deste livro, e o lendo, acaba dando de...