🍒 14. CEREJINHA🍒

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— Eu tô morto! — deito minha cabeça na mesa de estudo do Golfinho. Sinto dores nos ombros, mas finalmente vibrando por ser sexta, não aguentava mais esperar o final de semana.

Dessa vez, ao invés de irmos estudar e escrever na biblioteca, como havíamos combinado, Jotaro sugeriu fazermos o trabalho em sua casa. E aqui estamos, em seu quarto, após acabar de chegar da aula.

— Eu só queria dormir — ele resmungou baixinho e abafado por seu travesseiro. Jotaro está literalmente largado e espalhado em cima de sua cama.

Ah, mas não mesmo que ele irá dormir, não em minha presença. Ele tem uma partida em alguns dias e precisa treinar adequadamente — ainda mais por ser o capitão responsável —, mas para ter esse tempo de treino também tem que já ter pronto essa resenha o quanto antes.

Ele pode não ligar pra isso, mas eu bem sei que se Golfinho for acumular mais e mais atividades, ele vai ficar certamente encrencado. E depois vai dar ruim pro lado dele e esse besta vai ficar reclamando pelos cantos. Posso até mesmo ver essa cena ao vivo e a cores!

— Você nem tente, nós temos que terminar essa coisa toda logo. Pelo menos o meu ainda falta bem pouco pra finalizar — abro minha mochila para pegar o notebook, mesmo que eu também queira muito ceder a uma boa e longa soneca.

— Isso mesmo, falou certo: O seu!

— E então por que ainda não está fazendo?

Levanto os olhos para analisar seu corpo, nenhum sinal de movimento dele, esse cretino. Parece que será uma daquelas cenas em que eu terei que fazer algum tipo de chantagem para conseguir tirar o traseiro dele da cama. Às vezes pode ser bem difícil — demônio de homem teimoso ele —, mas nunca impossível, nada que Holly não aceite me ajudar vez ou outra em um complô bem articulado.

— Porque eu estou com preguiça e quero dormir. Ah, Cerejinha, só me dê um tempo — ele puxa o travesseiro para junto do corpo e se enrola. Fofo!

— Pode ser. Uma pausa não vai matar mesmo, acabamos de chegar da aula.

Holly havia pedido para que eu ficasse para almoçar, assim que soube por Jotaro que nós passaríamos a tarde toda aqui para fazermos o trabalho. Ela adorava nos mimar com muita comida e lanches nos turnos em que estudamos juntos, assim como minha mãe.

Enquanto esperamos pelo almoço, eu decidi levantar, tomar um banho rápido para aproveitar e deixar o Golfinho tentando descansar o quanto quisesse no momento. Vou até o armário dele e pego uma de suas camisas para eu vestir.

Sempre que vamos um na casa do outro é normal compartilharmos algumas roupas. Obviamente que é mais comum isso vir da minha parte, pois Jotaro tem roupas mais largas que eu, então o encaixe é certeiro, mesmo que sobre alguns centímetros de tecido a mais, diferente das minhas que são mais estreitas e menores. Ele não liga para isso, já que é comum ele sempre levar alguma muda de roupa dentro da mochila, não importa a situação, por motivos de treinos de futebol.

— Eu vou tomar banho, então se quiser cochilar tudo bem. Quando a sua mãe nos chamar para almoçar eu lhe acordo.

Ele tira brevemente o rosto do travesseiro apenas para me olhar, vendo a sua camisa que agora está em minha mão. Ele sabe que eu vou roubar ela por esse dia, então está tudo bem. Golfinho muda sua posição na cama, suspira cansado e acena.

— Certo!

Eu observo Jotaro fechar os olhos novamente enquanto agarra o travesseiro de lado. Vou até o banheiro de seu quarto para finalmente tomar banho e descansar mais fresco, estou com fome então pretendo não demorar muito aqui.

Eu estava com muita vontade de lavar o cabelo, mas Golfinho não tem aqui o shampoo que eu geralmente uso — ele prefere mesmo matar o cabelo dele usando shampoos 2 em 1, mesmo assim parece que está sempre sedoso e saudável. Não sei o que diabos ele faz de diferente fora isso —, então prefiro deixar para lavar em casa.

Lieblingsmensch | (Jotakak)Onde histórias criam vida. Descubra agora