Primeiro capítulo da minha neném. 💖🫶🏻
Sophia
Se tinha uma parada que eu não curtia na minha vida, era me sentir indesejada em algum lugar.
E por mais que eu sempre fosse muito bem recebida por toda a família do Foguinho, eu sentia de longe o ciúme e a desconfiança que a Aurora tinha comigo.
Durante todas as vezes que eu vinha pro Rio era dessa forma. Ela me tratava bem, até que ele começasse a preferir a minha presença do que a dela, e aí a Baronesinha se sentia ofendida.
Eu curtia a Aurora, achava ela uma menina legal e muito gatinha, mas ainda precisava aprender muita coisa na vida. Mas tipo... eu não ia julgar, né? Com dezesseis anos eu era bem mais imatura que ela!
Mas agora o Patrick estava solto, livre, e aconteceria de nos vermos com mais frequência do que antes, até porque os meus planos eram passar as férias na cidade maravilhosa, com vários gatinhos.
Era bem inevitável que o ciúme dela acontecesse a partir de agora, mas tomei uma bela de uma decisão antes de sairmos de casa pra revoadinha do Tutu, porque não queria que ficasse um clima estranho entre nós duas.
Andei pelo corredor da casa do Barão e da Baronesa e parei em frente a única porta do quarto que tinha um nome escrito em fios de ouro. Digno de princesa.
Sophia: Bela adormecida? - chamei pela forma como o Foguinho sempre a chamava, dando duas batidinhas na madeira.
Demorou menos de um minuto pra ela abrir a porta, e sorrir pra mim, sem mostrar os dentes.
Aurora: Oi.
Sophia: Você tem um gloss pra me emprestar?
Ela concordou e abriu a porta do quarto, me dando passagem pra entrar.
Achei que fosse digno de princesa. Mas na verdade, o quarto daquela menina era digno de rainha.
Vi que ela estava enrolada em uma toalha, e somente os cabelos estavam arrumados em tranças.
Aurora: Tem na minha penteadeira. Pode escolher, eu vou terminar de me vestir.
Sophia: Valeu, gatinha - me aproximei da penteadeira, vendo as milhares de maquiagens que haviam ali. Todas arrumadas, enfileiradas, e etiquetadas. Queria eu ter tanta organização - Você vai de tênis?
Aurora: Não sei... acho que sim. Você tá de tênis? - ela gritou, de dentro do closet.
Sophia: Tô. Só uso salto em ocasião especial.
Aurora: A revoadinha do meu irmão não é uma ocasião especial? - perguntou, com a risada contida na voz.
Sophia: Claro. Mas eu quero beber, fumar uns charutos e maconha, descer até o chão e beijar na boca.
Ela saiu de dentro do closet, com um vestido justo preto, enquanto prendia um colar no pescoço.
Aurora: Você sabe que nessa revoada só vai mulher, né? É tipo um cabaré particular. Meu irmão aluga uma casa, um espaço, sei lá, e leva todo tipo de mulher que ele e os amiguinhos queiram comer - ela sentou na cama e começou a prender a sandalha no pé, era pequena, nada muito chamativo - Eu não ousaria beijar nenhum cara. Não vou saber onde meteu a boca antes!