AuroraDepois que subi pro meu quarto eu fui direto tomar um banho de banheira pra relaxar um pouco. Liguei umas músicas que eu gostava, e fiquei por um bom tempo embaixo da água, trancada no meu mundo, e tentando não pensar.
Mas ultimamente a única coisa que eu fazia era pensar demais, e isso estava tirando a minha paz.
Fechei meus olhos, ainda dentro daquela banheira. A música continuava a tocar, e a luz do banheiro estava desligada, tendo só uma fresta de luz que passava por debaixo da porta pra iluminar o local.
Fiquei assim por um tempo, e aos poucos os pensamentos foram parando de me atormentar porque eu estava começando a me render para o sono, até ouvir o barulho do meu celular começar a tocar, anunciando que havia chego mensagens.
Tinha umas conversas não lidas. Mas eu não dei bola. Meu olhar focou no nome "Patrick" escrito na tela, e logo tratei de ler as mensagens que ele havia mandado.
"Pretinha" 21:30hrs.
"Quero falar contigo" 21:30hrs.
"Abre a porta do quarto, Aurora" 21:50hrs.
Logo respondi.
"Calma, eu tô tomando banho". 21:52hrs.
Bloqueei o aparelho e voltei a mergulhar na água, antes de sair e buscar uma toalha pra me secar. Não queria dormir em casa hoje, realmente achava que iria acabar dormindo na casa dos meus padrinhos, então já tinha deixado separado uma roupa pra sair de casa, ao invés de pijama.
Sequei o meu cabelo com a toalha rapidinho, e depois vesti a roupa que já estava separada. Antes de sair do banheiro e ir para o meu quarto, eu tinha ajeitado o local.
Patrick que esperasse.
Abri a porta do meu quarto, e dei de cara com ele sentado no chão, do outro lado do corredor, onde era a porta do quarto do Davi. O PT estava mexendo no seu celular, mas bloqueou o aparelho, levantando o olhar na minha direção, assim que abri a porta.
Ele me deu um sorriso fraco. Eu joguei o peso do corpo pra uma das minhas pernas, dobrando um pouco a outra.
Aurora: Quer falar comigo? - perguntei.
Ele concordou com a cabeça, e se levantou do chão.
PT: Salvei umas pizza pra ti.
Aurora: Tô sem fome. Mas obrigada.
Nem era drama. Eu não queria comer, de verdade.
Ele pareceu meio bolado, mas esticou o pescoço na direção do meu quarto. Entendi o que ele quis dizer e dei passagem pra que entrasse no meu quarto, fechei a porta logo atrás do meu corpo.
O Patrick andou, até sentar na minha cama.
Eu continuei de pé, encostada na porta.
Ele me olhava de um jeito estranho. Parecia que não queria estar aqui. O que não fazia sentido, já que foi ele que veio atrás de mim.