BarãoTentar lidar com o que o Patrick tinha me falado, era uma das paradas mais difíceis da minha vida. No papo limpo!
E o pior, eu não sabia onde aquele moleque tava. Não sabia se a Aurora tinha conhecimento desses sentimentos que ele dizia ter por ela. Não sabia se ela correspondia. Não sabia desde quando começou e não sabia o que fazer.
Eu podia, e devia, falar com o comando da facção sobre a atitude do Patrick, mas aí eu já sabia que meu filho não continuaria vivo pra contar história. E essa era uma parada que eu nunca ia aceitar.
Sentia uma necessidade absurda de ir atrás do meu pivete, de conversar mais um pouco com ele, mas eu não tinha conseguido raciocinar ainda.
A minha mulher desceu as escadas quase uma hora depois de ter ido atrás da Aurora.
Eu ainda continuava no mesmo lugar.
Isabela: Eu te conheço. Sei que não tá nada bem. Você tá assim por causa do Mauro?
Barão: Não, preta. Tô assim porque tô tentando entender tudo o que tá rolando nessa casa.
Isabela: Você quer falar comigo sobre alguma coisa?
Eu neguei. Não tava fazendo sentido pra mim, eu não ia conseguir explicar ainda.
Barão: Quando eu entender, eu te explico.
Isabela: Ta. Você falou com o Patrick?
Concordei com a cabeça.
Barão: Ele tá cheio de coisa pra resolver. Não vem hoje.
Isabela: Tenho medo de ele fazer besteira. Sei lá. Não tô com uma sensação boa.
Barão: Eu preciso falar com a Aurora primeiro. Depois eu vou atrás do Patrick, pra ter certeza de que tá tudo bem e que ele não precisa da minha ajuda nesses proceder que foi mandado resolver.
Ela assentiu e deu um beijo no canto da minha boca.
Isabela: Vou fazer alguma coisa pra gente comer.
Ela saiu da sala, indo direto pra cozinha.
Precisei de mais de cinco minutos pra criar coragem e subir pro quarto da minha filha.
Barão: Aurora - chamei, dando duas batidas na porta.
Ouvi ela respirando fundo.
Aurora: Pode entrar, pai.
Abri aquela merda e me arrependi na mesma hora, porque vi ela secando as lágrimas que ainda caiam em seu rosto. Ela estava chorando desde que chegou em casa, me contando o que tinha acontecido.
Minha princesinha sorriu, mas era um sorriso tão triste que quebrou meu coração.
Barão: Eu posso conversar contigo agora? - ela assentiu. Entrei no quarto, e me aproximei até que estivesse sentado na cama dela. Ela também sentou, com as pernas cruzadas - Falou com o Mauro?