AuroraDepois que a minha família foi embora, fiquei de chamego com meu preto até altas horas da noite.
Minha mãe viria pela manhã, para trocar de lugar com ele, para que ele pudesse resolver as coisas que precisava resolver.
Aurora: Amor? - chamei ele, que estava quase dormindo no sofá do lado da cama.
PT: Hum - ele abriu os olhos.
Aurora: Eu queria muito ver a Helena, ou falar com ela. Você acha que tem como?
Ele negou.
PT: Tu tá toda costurada - ele me olhou, como quem pedia desculpas pela forma como tinha falado, e voltou a falar mais calmo - Não dá pra sair do quarto agora.
Aurora: E trazer ela aqui? Não da? - fiz biquinho.
Ele respirou fundo.
PT: Nós vai ser expulso desse hospital - falou em tom de aviso.
Aurora: Mas conversa com aquela enfermeira que deu encima de você, pelo menos de alguma coisa ela tem que servir - ele estreitou os olhos, me olhando com desconfiança - O que?
PT: Vou lá pedir pra mulher, e tu vai ficar entrando na minha mente depois dizendo que não era pra eu ter feito isso e que eu tava dando moral pra ela - ele ajeitou o travesseiro atrás da cabeça e voltou a fechar os olhos - Eu tô de boa, hein. Não quero treta!
Aurora: Mas, Patrick...
PT: Eu te conheço muito bem.
Aurora: Eu quero muito ver a Helena. E eu já não sou mais tão insegura assim, tá? Eu sei controlar o meu ciúme - ele bufou, prendendo a risada - E eu juro que não vou entrar na sua mente depois. Pode falar com ela, ou com qualquer outra pessoa que nos ajude a trazer a minha amiga pra cá.
PT: O que tu tem de gostosa, tem de mimada - ele levantou do sofá - O cara não tem uma noite de paz, meu Deus!
Ele vestiu um moletom de casaco, e foi andando até a porta.
Aurora: Te amo - falei, antes de ele sair.
Meu lindinho parou, virou pra me olhar e sorriu.
PT: Eu também.
Aurora: Eu também, não! Fala direitinho.
Ele rolou os olhos.
PT: Te amo, amor.
Sorri satisfeita e deixei que ele fosse buscar a minha amiga.
Dez minutos depois eu estava impaciente, mas a Helena só foi entrar no meu quarto, uns quinze minutos depois que o Patrick saiu. Ela estava em uma cadeira de rodas que era empurrada pelo Donato.
Ela sorriu pra mim e eu olhei pra ela dos pés a cabeça.
Aurora: Você tá bem melhor do que eu - falei, tirando a coberta de cima do meu corpo, pra mostrar os curativos.