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Autora
Terceira pessoa

A Helena estava acordada quando o corpo da Aurora foi jogado de qualquer forma, dentro do quarto onde ela se encontrava. A filha da Júlia e do Barbosa fitou o seu ex-melhor amigo com muita raiva, mas Mauro nem mesmo se importou. A garota queria gritar, mas a faixa em sua boca, não deixava com que ela fizesse. Ela queria se aproximar da melhor amiga, mas as cordas em seu braço e pé, impediam que ela fizesse qualquer movimento.

Diferente do quarto onde a Aurora se estava antes, aquele era muito diferente. Não havia coleção, ou guarda roupa, eram somente as duas meninas no chão frio.

A Baronesinha continuava desacordada.

A luta do Patrick não era mais contra o Mauro.

A luta era contra o tempo.

Por outro lado, Donato já tinha entrado no morro, com mais quinze homens aliados ao comando. Eles circulavam por várias áreas do baile, tentando não chamar atenção, mas completamente atentos em todos os detalhes. Eles sabiam que aquela missão podia lhes custar a vida, ninguém entraria pra dar bobeira.

O Donato foi muito claro quando pediu que alguns rodassem o baile, e outros, ficassem nas redondezas para não dar furo na operação.

Ainda ao lado do Barão, Gabriel e Patrick estavam na espera do sinal para invadirem. E ele só veio por volta das onze horas da noite, quando Donato viu o Portuga entrando no baile junto com o Japa. Eles foram direto para o camarote que lhes era destinado. O Donato obviamente avisou ao Patrick, que os dois já estavam ali, e não pensou duas vezes antes de levar uma garota que estava dando mole pra ele, pra um beco.

Não que Donato fosse completamente apaixonado pela Helena, e não pudesse ficar com outra mulher... longe disso, mas ele não sentia a menor vontade no momento, pois seu foco estava todo na missão. Ele trocou um ou dois beijos com a menina, e perguntou no ouvido dela, ao perceber o grau de embriaguez, se ela sabia onde ficava o QG do chefe. A menina não se ligou na maldade, e disse que ficava pertinho da casa dela. Normalmente, as salinhas de tortura ficavam próximas ao QG, ou ao topo do morro, em algum local mais isolado. Na cabeça de Donato, era bem provável que as meninas estivessem por ali.

Não demorou nem meio segundo, após ter o sinal do parceiro, para que Patrick entrasse dentro do carro junto com seu pai e seu irmão mais velho, e fossem até o morro, pela mata.

Àquela altura, já haviam dado a ordem de invadir . A guerra já estava declarada e em todos os pontos de entrada e saída da favela, havia trocação de tiros.

Donato: Esse menor aí... filho do Portuga, né? Tá morando onde?

A garota fez uma cara estranha pra ele, mas não soltou sua mão. Os dois estavam caminhando para a casa dela.

- Na casa do Portuga, eu acho. Isso é o que eu ouvi falar por aí.

Ele deu um beijo no pescoço da morena, que se espremeu dentro do abraço dele.

Donato: Fala pra mim onde fica.

Ela olhou pra ele, sem entender, antes de ter uma arma apontada pra sua cabeça.

- Que isso? O que você tá fazendo, bofe?

Donato: Cala a boca e me fala onde é a casa desse arrombado.

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