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Aurora

O Patrick me encarava, em silêncio.

Aurora: Eu sempre reclamo que você age de forma impulsiva, e eu fiz isso hoje mais cedo. Não me orgulho, quero me desculpar por isso - ele continuou em silêncio - Não tenho nojo de você. Eu não odeio você. Eu só fiquei extremamente mexida com tudo o que caiu no meu colo de uma vez só. Você sempre me dizia que queria matar o Mauro, ele falou que você fez, eu fiquei nervosa... nem tive tempo de pensar em duvidar. Eu sinto muito por ter desconfiado de ti. Não quero ficar justificando o injustificável. Só quero pedir desculpas por isso.

PT: Eu queria matar ele - falou, trincando maxilar - Eu ainda quero. Eu faria, de verdade. No impulso, eu faria. Mas se eu parasse pra pensar, como parei, na hora que sai daquela rua, não conseguiria.

Aurora: Por causa de mim? - ele assentiu.

PT: Porque eu sei que tu me odiaria. Não quero ter que lidar com essa merda.

Aurora: Não defendo o Mauro. Não sei o que ele quis mentindo dessa forma.

O Patrick riu.

PT: Não se faz de boba.

Aurora: Fala direito comigo - ele calou a boca - Não faz sentido, ele não sabe da gente.

PT: Ele sente. Homem sente - ele respirou fundo - Pensa, Aurora. Maneiro eu saber que tu vive grudada com um cara que te quer pra ele? Tu ia ficar de boa no meu lugar?

Eu neguei com a cabeça. Com certeza eu não ficaria de boa.

Aurora: Não. E não quero que você apareça lá em casa com uma mulher e filhos, como o pai falou.

Ouvi a risadinha saindo da boca dele. Nem parecia mais tão chapado quanto a hora que chegamos. Acho que a conversa tinha cortado toda a onda dele.

PT: Não quero aparecer com ninguém além de tu, Baronesinha.

Aí caralho. Fiquei fraca.

Aurora: Então... você não tá me odiando por ter falado besteira? - olhei pra ele, com a minha melhor cara de fofura.

PT: Não faz essa cara - pediu, me puxando pelo braço. Ele abraçou a minha cintura, colando nossas testas e eu continuei com os meus braços espremidos entre nossos corpos. O Patrick ficou balançando o nosso corpo pra lá e pra cá, de olhos fechados - O pai reagiu de um jeito bom. Eu não esperava isso.

Aurora: É - a voz mal saiu da minha garganta - A gente sabe que o amor é de verdade quando alguém abdica do que quer, do que acha certo, pra ver o outro feliz.

PT: Levei pro coração as paradas que ele disse. De bater no peito e assumir a bronca, do que a gente quer. Ele me ensinou isso.

Aurora: O que você quer? - perguntei, passando a no rosto dele.

PT: Tu. Quero muito tu. Tem muita parada que a gente tem que entender e aprender ainda, tá ligada? Mas eu não quero ter que aprender longe de ti.

Aurora: Não quero ficar com você tendo medo - confessei - Eu tenho medo.

PT: De mim? - ele abriu os olhos.

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