IsabelaO Gabriel me devolveu o copo de água que eu tinha entregado para ele tomar o remédio, e depois voltou a descansar a cabeça no travesseiro.
Lobo: Pô, mãe. Falei que tô bem pra caramba. Foi só de raspão mesmo. Amanhã ou depois já tá no dez.
Encarei aquele mal criado.
Isabela: Se você me ama, não vai levantar dessa cama até a tua perna estar cem por cento.
Meu filho rolou os olhos e a Sophia riu.
Ela estava sentada de um lado da cama dele, e eu de outro.
O Matheus estava encostado na porta do quarto, e o Davi tinha acabado de entrar no banho.
A Aurora tinha chego em casa fazia alguns minutos, mas ela pediu pra falar só com o pai, e nem se quer quis ver o irmão.
Lobo: Te amo, cara. Não faz drama - ele segurou a minha mão, dando um beijo na palma dela - Tenho várias coisas pra resolver.
Isabela: O teu pai resolve. Não levanta dessa cama. Vou fazer uma sopa, vai te ajudar a ficar melhor - ele fez careta - Você me odeia, né?
Lobo: Faz a sopa. Vou comer demais. É a melhor sopa da vida inteira.
Eu sorri satisfeita e me levantei da cama, pronta pra sair do quarto.
Depois de quatro filhos homens, você começa a entender que certos tipos de coisas só se consegue com muito drama.
Belisquei o Matheus, pra ele sair junto comigo.
Tava de olho na Sophia e no Gabriel. E no momento, eu torcia mais do que tudo para que eles ficassem juntos. Eu conhecia a Sophia, o coração dela, e sabia o quanto ela merecia ser feliz nessa vida. E do Gabi eu nem precisava falar nada. Se tinha alguém, nessa família, que eu rezava todas as noites, para que Deus amenizasse a dor do passado, essa pessoa era o Gabriel.
Mesmo que todos tenham sofrido muito, exceto o Davi e a Aurora. A pessoa que mais me deixava triste de saber a história, era o Gabriel.
Ele perdeu um filho, perdeu o primeiro amor, tudo de uma vez só, nas mãos do cara que eu mais odiei na minha vida.
O Matheus tinha perdido a Mãe. Minha irmã. Ele sofreu por isso, e ainda hoje sofria... mas era diferente. Ele sempre me teve como essa referência, e eu sempre estive disposta a tudo por ele.
O Patrick, eu rezava todas as noites pra que Deus desse juízo a ele. Eu sabia o quanto tinha sofrido antes de vir para as minhas mãos, e depois quando tomou atitudes impensadas. Ele pagou o que devia, e agora, eu só queria que ele tomasse um rumo em sua vida, da forma mais leve e responsável possível.
Falcão: Eu vou em casa, mãe. Quero ver se tá tudo bem com a Débora - ele falou, quando saímos do quarto.
Isabela: Você vem comer aqui?
Ele concordou.
Falcão: Eu durmo aqui hoje. Nós tá separando né, não quero ter que dormir no sofá daquela casa de novo.