AuroraEntrei no carro do Patrick, e ele me olhava com um sorrisinho fraco no rosto. Todo cheiroso e gostoso, nossa senhora.
Aurora: Pra onde a gente vai?
PT: Pro motel.
Meu sorriso desapareceu na hora.
Aurora: Ah - murmurei, olhando para o vidro do carro.
Ele deu uma risada e eu nem olhei pra cara de vagabundo que ele fazia. Gostoso, meu Deus! Os meus olhos fitaram exatamente o caminho que a mão dele fez quando parou na minha coxa e subiu, sem muita enrolação, pra dentro do meu vestido, parando perto demais da minha intimidade que pulsou quando sentiu o hálito quente batendo na minha nuca.
Fechei os olhos e agradeci por estar sentada. Se não, eu tinha caído com a bunda no chão.
PT: Eu já falei que tu tá muito gostosa hoje? Pô, muito mermo.
Neguei com a cabeça, mordendo o lábio inferior.
Aurora: Hoje não.
Ainda não tinha tomado coragem pra abrir os olhos, então o toque dele na minha pele parecia muito mais intenso do que era. A mão dele subiu mais um pouco e forçou que eu afastasse uma perna da outra, pelo menos um pouco. Engoli seco, encostando a cabeça no banco do carro, mas esse ato fez com que o meu rosto ficasse ainda mais próximo do dele, e que a sua respiração acelerada entrasse em contato com o meu rosto.
Eu tava doida pra arrancar a minha roupa.
Os dedos do Patrick encostaram na renda da minha calcinha, mas como já era de se esperar, ele não foi nenhum pouco delicado. Eu me amarrava nisso. Ele não encostava na minha pele, não mexia os dedos, ele só segurou a o tecido de renda entre os dedos. Abri os olhos e vi que ele estava com os dele fechados, respirando fundo, tão imóvel quanto uma estátua.
Ele me encarou e eu me remexi no banco, sem conseguir ficar parada com ele tão perto de mim, e senti os dedos dele esbarrando na minha pele. Mas o Patrick se afastou, como se eu fosse um pecado.
Mas ele nunca foi santo.
PT: Tu tá imoral de tão tão tão gostosa, preta.
Antes que ele voltasse pra posição correta e fosse dirigir, eu puxei ele, pelo pescoço, mas ele nem olhou pra mim quando encostei nossas testas. O olhar do vagabundo estava mirando bem nos meus peitos. Ele se segurava no banco, com uma das mãos, e a outra ele levou até o meu vestido, brincando com o zíper que ficava na altura do decote.
Aurora: A tua casa é mais perto.
Ele fechou os olhos e bateu a testa na minha, de leve.
PT: Eu falei brincando quando disse que ia te levar pro motel. Tava tentando ser o cara que o Barão acha bom pra ti, eu ia te levar pra comer, depois nós podia sair, depois ia pra praia... - ele tirou a mão do zíper do vestido e apertou o meu peito, sem o menor pudor - Mas eu sou um filho da puta e quero muito te comer agora.
Aurora: Então me leva, Patrick. Amanhã a gente faz um passeiozinho de um casal descente - ele deu um sorrisinho malicioso - Você é muito cafajeste. Eu vim toda bonitinha, jurando que ia ser algo maneiro, mas agora eu só quero que a gente vá pra um lugar a sós.
Ele se afastou, ligando o carro, e eu me ajeitei no banco.
PT: Eu te amo tanto, na moral. Obrigada por ser tão gostosa.
Olhei pra ele, rindo alto.
Eu amava o jeito como ele elevava a minha autoestima.
Aurora: De nada.
Não tava nem conseguindo parar quieta no meu banco. O Patrick dirigiu como se conhecesse o caminho de olhos fechados, e eu já comecei a me estressar com isso, mas fiquei calada porque ele tinha passado quinze anos preso, não podia ser tão entendedor de motéis assim. Mas se bem que ele já tinha saído da cadeia a um mês... muita coisa se faz em um mês. Mas, por outro lado, ele podia estar com qualquer outra branquela siliconada, mas estava comigo, né?
PT: Tá pensando na posição que eu vou te comer?
Mordi o lábio.
Aurora: Me surpreenda.
Ele respirou fundo, negando com a cabeça.
Ele entrou com o carro no lugar. Nunca tinha ido em um motel na vida, mas nem era com isso que eu tava ansiosa. Ele parou tipo em uma "cabine" antes do estacionamento, e falou umas paradas com a mulher que estava ali, ela entregou uma chave e o Patrick deu uma acelerada com o carro, que eu me assustei.
Aurora: Calma, não vou sair correndo - ele deu uma risadinha.
Aquele lugar mais parecia uma pousada, do que um motel, essa era a verdade. Era um espaço enorme, mas ao invés de ser tudo em um prédio só, haviam várias casinhas pequenas, tipo cabanas. O Patrick passou por várias, era tão grande grande que poderia ser chamado de condomínio da putaria, até chegar em um dos últimos. Tinha dois andares. Tá... que delícia.
Nem olhei pra ele, quando o carro foi estacionado. Tirei a chave da sua mão, peguei a minha bolsa e pulei pra fora do carro, indo direto pra entrada da "casinha".
A chave não era bem uma chave. Era um cartão que se você aproximasse da porta, ela abria. Então eu fiz e a porta de vidro magicamente se abriu.
Meu queixo quase caiu quando eu vi que a parte de baixo era uma piscina... sim, literalmente era uma piscina aquecida, e no canto tinha a espécie de um bar. Inconscientemente, tirei o meu sapato e deixei a bolsa no chão mesmo. O cômodo não tinha divisão, era a piscina, o bar e uma escada gigantesca, levando para o segundo andar.
Nem pensei duas vezes antes de subir correndo, já sem salto. No andar de cima, também não tinha divisão. A única porta que tinha, provavelmente levaria a um lavabo unicamente, porque tinha uma banheira a poucos metros da cama, e um chuveiro também, frigobar, poledance e uma porrada de coisas.
Patrick: Aurora - ele chamou, lá de baixo. Fui até o parapeito do quarto, olhando pra parte da piscina e vendo o Patrick tirando a camiseta - Vem aqui, pô.
Desci as escadas da mesma forma que subi correndo, e quando cheguei no último degrau, ele me segurou, abraçando a minha cintura.
Aurora: Eu não quero ir embora desse lugar nunca mais.
PT: Quer? Eu compro só pra ti - ele disse , todo manhoso e roçou o nariz no meu pescoço, fazendo eu me arrepiar dos pés a cabeça - Quer entrar na piscina, minha princesa?
E lá vamos nós para o bom e velho equilíbrio: Me tratar igual uma princesa, pra me foder igual uma piranha.
Passei as minhas mãos em seus braços, concordando com a cabeça.
O Patrick me olhava com toda devoção do mundo, como se eu fosse a coisa mais importante da vida dele. Na verdade, era a forma como ele me olhou durante a vida inteira, mas agora tinha algo a mais.
E por mais que eu soubesse que na nossa relação o desejo se sobressaia, pingava e quase sufocava... olhando pra ele eu tinha total certeza do quanto estava apaixonada.