Capítulo 08

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MAJU

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MAJU

A minha rotina é tudo, menos calma. Na maioria das vezes, ao chegar o fim de um dia, quando não estou na correria de um plantão, estou morta com farofa na minha cama. Ou tem uma segunda opção, que pode ser estudando ou em uma aula da faculdade. De qualquer forma, estou sempre em movimento, descansar não é uma palavra que eu conheça tão bem.

Se eu falar que não me cansa, ou que não exige muito fisicamente e emocionalmente, estarei mentindo. Mas tudo vale a pena quando eu vejo o quanto a minha vó se orgulha, ou vê um paciente saindo do hospital, trazendo ao meu coração a certeza de que fui fundamental na sua recuperação.

Uso todo o tempo que me resta para estudar, isso é desgastante, principalmente emocionalmente. Mas então quando estou prestes a ficar mal, eu imagino a minha formatura. Consigo me visualizar com a beca, recebendo a minha colação de grau. Imaginando-me fazendo o juramento da turma, o juramento da medicina, guiando toda a minha turma como combinado. Consigo ver a minha vó lá embaixo, orgulhosa por saber que a sua neta jamais se tornaria uma médica sem a sua ajuda.

Minha avó não conseguiu terminar o ensino médio, precisou ajudar sua mãe com as contas da casa. Minha mãe só vivia para homem, terminou a escola com muita luta. Vovó diz que o único que parou ela foi o meu pai, os dois se amavam muito, por isso que quando eu o perdi, acabei perdendo ela também. Não levou muito tempo da morte dele por bala perdida, para a morte dela por drogas.

O fato é que dona Ana nunca viu alguém importante se formar, o que acabou lhe gerando esse sonho. A minha formatura do curso de enfermagem foi emocionante, o tanto que minha vózinha chorou não está escrito. Mas sei que, para ela, terá um valor ainda maior a formatura da faculdade.

Não deixei o meu sonho de lado por mim, pelo tanto que já lutei por isso. Mas confesso que foi no sonho de encher a minha vó de orgulho que encontrei a motivação necessária.

Abri a porta de casa, sorrindo ao sentir o cachorro que logo pulou nas minhas pernas. Brinquei com ele um pouco, quando ele já tinha feito o xixi no quintal, joguei água ali e o peguei no colo.

__Oie mamãe.--- Brinquei com o salsicha, jogando a cabeça para trás, evitando um beijo na boca.

Billy vem com a língua real, eu que não me cuide pra vê o que acontece.

Segurei firme na minha bolsa e continuei andando. Ao entrar em casa, minha avó estava sentada no sofá, conversando com um homem que estava sentado no sofá da frente. Ele estava segurando um pano branco no braço, estando ele cheio de sangue.

Que merda tá acontecendo aqui?

__Oh doutora, até que fim.--- Falou o homem quando me viu.

__ Eu te conheço?--- Coloquei o Billy no chão.

__ Não, sou o WD satisfação em te conhecer porque prazer é só na cama.--- Falou todo sacana, piscando na minha direção.

Revirei os meus olhos entediada. Essas cantadas baratas que nunca mudam, tão previsíveis.

Nosso Inacreditável AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora