" _ Você é nossa agora, porra. Primeira dama da Rocinha e da facção, quem não gostou que se foda, mas o nosso amor é foda e apenas nosso. "
"-Ela é a minha que geral quer. Uma deusa no corpo de menina, com cabeça de mulher e com forças para lutar pe...
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MAJU
Sai do último aparelho, pegando a minha garrafa de água e tomando um gole enorme. Mari, no segundo seguinte, parou ao meu lado, pegou a sua garrafa e fez a mesma coisa.
Hoje o meu professor da Academia resolveu mudar minha série de exercícios. Tinha passado o tempo e já era hora de rever, ele disse que eu estava levando de boa e na área de conforto, por isso era hora de se arriscar em algo novo.
Bem, ultimamente a minha vida tem mudado tanto, acabou sendo só mais uma mudança para a conta. Ficou um pouco mais difícil, mas é de mim que estamos falando, então eu dou conta. Mari, que também mudou a série hoje, ficou reclamando o tempo todo.
Ela trabalha em um salão aqui na comunidade, sua área sempre foi mais a beleza e tudo mais. Por ser segunda o salão em que ela trabalha, não vai estar aberto hoje, o que permite a minha amiga, como ela mesma falou, ficar o dia todo jogada na cama. Mudar a série requer um tempo para o nosso corpo se acostumar e o cérebro com as pequenas dores que pode trazer.
__ Eu vou morrer.--- Dramatizou Mari.
Revirei os olhos, tirando a música do meu fone. Quando virei o meu corpo na direção da entrada, vi alguns mavambos entrarem. Respirei fundo, sem conseguir acreditar na cara de pai de alguns que vieram direto para os aparelhos ao nosso lado.
Mari ficou toda assanhada no mesmo momento, essa sim é uma Maria fuzil nata. Antes que a minha amiga caísse em qualquer papinho, segurei no seu pulso e sai puxando ela para fora da academia. Ao passar pela recepção, nos despedimos das meninas e saímos do lugar.
__ Não é aquela mina que te peitou mais cedo?--- Mari apontou para uma menina que descia apenas de lingerie o morro, enquanto chorava muito.
__ Eu acho que sim, mas ta sem cabelo.--- Falei observando a sua cabeça, tendo total certeza que a zero tinha sido passada.
Quando eu chamei o grego para resolver, não foi exatamente isso que eu imaginava que iria acontecer. Na minha cabeça ele ia conversar com ela, da um chama ou alguma parada assim, agora fazer a menina passar por essa humilhação já é demais.
Não sei ao certo o que aconteceu, se foi essa atitude que o fez fazer isso ou se teve outros motivos. De qualquer forma, eu não vou me meter, não quero que sobre para mim. Se tem peito para caçar confusão, tem que ter para assumir as consequências. Na favela o que manda é a lei deles, sendo ela justa ou não aos nossos olhos.
__ Mona, que babado dos fortes.--- Mari.--- Ali ó, os meninos tão descendo.
Apontou para logo atrás dela, onde os mavambos desciam. No meio dos meninos estavam Grego e Coringa, ambos sem blusa, só coma bermuda, a arma na cintura e uma corrente grossa de ouro no pescoço.
Preciso confessar, chorei muito.
__ Qual foi, Maju.--- Gritou Coringa, descendo rápido com Grego e tudo mais.
