Capítulo 04

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MAJU

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MAJU

Sorrio para as meninas, sentando na mesa. Sempre que venho a esse lugar, gosto de sentar nas mesas do lado de fora, assim posso ter uma refeição agradável, apreciando a linda vista do meu rio de janeiro, tendo a rocinha como uma das principais vistas e mesmo que muitos não acreditem, é realmente linda.

Eficientes como sempre, o garçom logo se aproximou com o cardápio. Sem nem olhar, já pedi a minha caipirinha de morango, enquanto Mari e minha vó pediram um chopp da Brahma. Não sou muito fã de cerveja, prefiro drinks mais elaborados e com gostos melhores. As duas vivem me zuando por causa disso, de acordo com ela eu sou muito patricinha.

Gosto sempre de afirmar que sou o perfeito equilíbrio entre uma patricinha e uma moradora de comunidade. Resumidamente, não sou barraqueira como muitas por aí. Não que eu esteja julgando, não cabe a mim fazer algo assim. Só prefiro agir pela razão, não pela emoção. O que eu puder evitar de entrar em uma briga, assim farei. Mas quando eu entrar também, sai de baixo porque para me tirar vai ser quase que impossível.

Minha avó pediu um prato com lagosta, essa ama bancar a chique. Mari pediu logo uma lasanha de quatro queijos, o fraco da minha amiga sempre foi lasanha, chega a ser engraçado o quanto que ela é apaixonada por esse prato e ai daquele que for falar mal perto dela. Enquanto eu sou mais contida, ela já é toda estourada. Eu pedi um delicioso risoto de camarão. Sério, nada se compara ao daqui.

Quando o garçom saiu com os nossos pedidos, um grupo de pessoas chegou para ocupar as mesas ao nosso lado. Até aí tudo normal, o diferencial era a cintura ignorante de alguns. Não precisou de muito e logo entendi que eram bandidos, basta saber se são da Rocinha mesmo ou de outra comunidade. Apesar que isso não me importa nem um pouco, só quero que eles fiquem na deles que eu vou ficar na minha. Deus me livre chamar a atenção de bandido. Faço isso sem saber? Sim, mas aí é outra história.

__ Ai, coloca ferrugem em casa.--- Uma voz grossa pediu.

A minha cadeira estava de costas para onde eles sentaram, assim não preciso ficar olhando para eles ou não cismam comigo. Não sei quem pediu, muito menos me atrevi a olhar. Bebendo minha caipirinha estava, bebendo continuei.

Mari, como uma boa pagodeira barra sambista, logo ficou animada. Confesso que também amo os dois, ou melhor, a música em geral. Modéstia a parte, a mãe arrasa quando dança.

Não demorou muito e o amor da minha vida começou a soar, nos encantando com as suas melodias. Sou apaixonada pelo ferrugem? Com toda certeza. Dilsinho? Dou o que ele pedir, sem pensar duas vezes. Pixote? Aí atingimos níveis que nem sei expressar. Eu não tenho culpa se gosto tanto de música.

__ Gente, senta.--- Pedi quando vi as duas levantadas e se preparando para dançar.

__ Ta todo mundo em pé, minha neta. Que mal tem a gente curtir um pouco também?--- Argumentou a minha vó.

Nosso Inacreditável AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora