Epílogo

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-CINCO ANOS DEPOIS-

__ Ana Júlia, sai daí agora

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__ Ana Júlia, sai daí agora.—- Pela milésima vez, falei com a minha gêmea número um, quase arrancando os cabelos pra não bater nela. Mas olha, minha mão tá coçando pra fazer isso.

Mandei a menina, não sei quantas vezes, sair de cima da mesa de jantar. Ela tá vendo muito filme de musical agora, que acaba tendo aqueles personagens que vão pra cima da mesa e ficam cantando e dançando. Agora a gata tá achando que pode fazer igual.

Manuela, a gêmea numero dois, quer imitar a irmã e sobe também. Ai me fica as duas em cima da mesa, achando que estão dando o show quando na verdade tão quase quebrando os vidros. Oh meninas desafinadas, te contar!

Pois é, estava grávida de meninas para o terror dos meus maridos. Quando eles souberam o sexo chegaram a ficar branco, Rafael até desmaiou. Mas hoje são as princesas dos papais, são um grude tão grande com essas meninas que se eu não ficar esperta vai acabar por deixar elas mimadas e insuportáveis.

Sai fora, não quero criança chata na minha cola. Meus filhos tem que ser que nem a mãe, carismáticas e simpáticas. Minha vó conta até hoje, com a voz cheia de orgulho, que eu era uma criança calma. Mas também, ia eu abrir a boca pra fazer birra e não recebia dois tapas da velha.

Ela não pedia desculpas não, tá? Vinha só no chamego e me abraçava, fazendo questão de deixar claro que fez aquilo pro meu bem. Na época ficava puta, pirralha né. Mas hoje eu agradeço, se ela não tivesse me freado antes eu não sei como estaria agora.

Pois é, filhos! Quando as minhas meninas completaram dois anos de vida, veio a notícia que estava grávida de gêmeos novamente. Nem me fale, até eu fiquei surpresa, é bem raro disso acontecer. Dessa vez vieram meninos, nos deixando assim com uma dupla de casais.

No parto dos meninos mesmo eu já me liguei, tá bom por demais ter quatro filhos. Os meninos que não curtiram muito a ideia, se fosse por eles teríamos filhos que não acaba mais. Mas o corpo é meu, quem decide sou eu. Depois, quando os meninos estiverem maiorzinhos e bater a saudades, podemos adotar.

__ Me ajuda aqui?—- Manuela estendeu os bracinhos na minha direção, encarando-me com aquela carinha que eu não consigo dizer não.

Neguei com a cabeça, saindo da bancada e indo até elas. Peguei a minha pequena no colo, dando um cheiro no cangote dela, escutando o doce som da sua gargalhada ecoar pela sala, tirando um sorriso meu.

Essas duas meninas são a minha cara, sem tirar nem por. O cabelo grande, liso, escuro feito a noite. Alguns traços dos pais, mas a maioria meu. Outra coisa, são idênticas. Vivo confundido as duas, o que deixa elas possessas.

Os meninos já da pra diferenciar legal, afinal um é branco azedo como o rafa e o outro moreninho igual o Matheus. Já vi casos, bem raros, que em uma gravidez de gêmeos, cada filho era de um pai. Eu não tenho dúvida que isso tenha acontecida.

Nosso Inacreditável AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora