Capítulo 17

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MAJU

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MAJU

"Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar
Fé em Deus, DJ"

Cantei junto da Mariana, acabando por gargalhar com ela. Mesmo tendo alguns anos já, essa música continua sendo uma das nossas favoritas. É tão divertido estar com ela, sabemos ser felizes com tudo.

Agora estamos aqui, no carro dela, voltando para a nossa casa depois de um belíssimos começo de dia. Demoraram um pouco para me chamar lá na auto escola, mas assim que chamaram, foi rápido.

Assim que eu comecei a auto escola, Mari começou a me ajudar com isso. Ela me emprestou o seu carro e me deu algumas aulas de direção, assim como me deixava dirigir sempre que possível. Então cheguei mais confiante naquela prova, por isso prossegui com tranquilidade e passei na prova. Assim já sai com a minha CNH.

Respeitem a mais nova moradora da rocinha que está habilitada. Agora já posso usar o meu carro quando quiser, economizando tempo e me dando praticidade. Ainda não acredito que tenho um carro!

__ Passa a visão Maju.—- Minha amiga falou de forma divertida, aumentando o som.

"Pessoas inocentes que não tem nada a ver
Estão perdendo hoje o seu direito de viver
Nunca vi cartão postal que se destaque uma favela
Só vejo paisagem muito linda e muito bela
Quem vai pro exterior da favela sente saudade
O gringo vem aqui e não conhece a realidade
Vai pra zona sul pra conhecer água de côco
E o pobre na favela passando sufoco"

Infelizmente essa música não é nada mais do que o retrato da realidade. Cadê cartão postal da vista da rocinha? Do mirante da rocinha? Não tem pô, e olha que é um dos lugares mais bonitos do Rio de Janeiro, mas que geral caga só por ser favela.

Na periferia tem pessoas do bem também. Tem gente que entrou na vida do crime porque ao procurar emprego, lhe negaram a oportunidade pelo lugar que mora ou a cor de sua pele. Claro que teve os que entrou pro vaidade, mas tem suas excessões.

O papo é que eu tenho orgulho de onde vim, do meu morro. Embora as trocas de tiro e o tráfico, aqui foi bom de se viver, todo mundo se ajudando e amigo.

__ Eu só quero o que?—- Perguntei.

__ Vamo lá, quero ouvir
Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar, é

Cantei com a Mari, balançando o nosso corpo no ritmo da música. Mesmo tão antiga, essa música é tão atual que nem sei explicar.

Nosso Inacreditável AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora