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🖇 | Boa leitura!

Era difícil descrever como eu estava me sentindo

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Era difícil descrever como eu estava me sentindo. Talvez como se tivesse levado uma surra, mesmo sem ter sido tocada por alguém de maneira violenta. Minha dor mental parecia ter se espalhado pelo resto do corpo porque eu realmente sentia minhas costelas doerem. E o frio piorava as coisas, mas isso eu podia aguentar. Péssima noite para usar um vestido provocante demais.

Tentei esvaziar a minha cabeça, mas estava barulhento demais dentro dela. Os tapas e socos que eu dei no Cole não pareceram ser suficientes para amenizar todo o ódio e a mágoa que eu estava sentindo. Eu queria matá-lo, mas também queria morrer. Pensei ser amaldiçoada e só encontrar homens que me usassem como se eu fosse vazia de emoções, como se eu aguentasse tudo por já estar calejada demais. Por vezes eu também pensei assim, mas eu era humana, qualquer dor ainda seria uma dor. E vinda de alguém que eu amava era como morrer e continuar respirando.

Me levaram até a sala onde Frederic estava. Me informaram que ele havia acabado de ser interrogado, mas eu duvidava que tivessem conseguido arrancar algo de relevante.

Ao entrar, o vi algemado à mesa. Seu olhar estava desnorteado, aflito. Quando olhou para mim, houve uma rápida mudança de expressão e ele sorriu como se o sol tivesse acabado de nascer.

— Minha rainha! — falou. — Você está bem? O que fizeram com você?

— Nada. — fui até a outra cadeira e a arrastei para sentar ao lado dele. — Eles me deram imunidade. — disse depois de me acomodar.

— Por que? — ficou sério. — Você deu alguma informação?

— Eu nunca faria isso. Alguém os ajudou em troca de uma imunidade para mim.

— Quem?

— Não é óbvio? A Camila sempre foi puritana demais e de repente resolveu ajudar em tudo? — abri um sorriso sem humor. — Eu até quis dizer antes como isso era suspeito, mas você não me ouviria. Estava feliz demais porque a sua filhinha finalmente tinha aceitado trabalhar com você e jamais iria acreditar na sua esposa troféu.

— Eu detesto quando você fala assim de si mesma.

— Mas é verdade. O que eu sou além de uma engrenagem no seu sistema? — meus olhos começaram a marejar, como se as lágrimas que rolaram antes não tivessem sido o bastante.

— Lili, eu amo você.

— Então por que me manipulou? — uma lágrima rolou por meu rosto. — Minha terapia era falsa. Você sabia que eu precisava de ajuda!

Com um semblante envergonhado, Frederic desviou o olhar.

— Eu tentei encontrar um terapeuta de verdade que aceitasse me contar sobre as suas sessões, mas nenhum queria ir contra o código de ética. Minha única alternativa foi chamar um ator.

First Lady ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora