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- Deusa, você viu aquele meu dólmã azul com branco? - Pergunto para ela indo até onde ela está sentada no sofá da sala vendo série.

- Não está na sua parte do closet marido. - Ela fala comendo um punhado do pipoca.

- Minha parte? - Pergunto rindo breve.

- Ué, por que está rindo? - Ela pergunta se ajeitando no sofá.

- Achei engraçado você dizer minha parte, sendo que você já se espalhou nele todo. - Falo vendo ela fazer uma caretinha.

- Nada haver, eu só ocupei um pedacinho do seu espaço. - Ela fala comendo mais.

- Pedacinho? Deusa, você tomou tudo. - Falo olhando ela revirar os olhos. - Igual ao meu coração. - Brinco e ela abre um sorriso.

Depois do susto que tivemos ontem, eu quero agora que ela só ria e se sinta feliz, não quero pensar na possibilidade de alguma coisa acontecer com nosso filho. Ela passou por uma situação de estresse no trabalho e foi o suficiente para nos deixar com medo e alertas. Eu não quero que ela trabalhe mais, mas como todo italiana, é teimosa demais, e também não quero ser eu a gerar esse estresse todo nela. Ela vai trabalhar e leva a minha mente junto, conto com a sorte do Matteo estar mais vigilante com ela e dou umas visitas também.

- Vem, vou achar para você. - Ela pausa a série, tira a almofada do colo junto com a vasilha de pipoca e vem até mim.

- Eu já disse o quão linda você está hoje? - Pergunto puxando ela para mim.

Ela abre um sorriso e me olha nos olhos.

Que olhos!

Foram eles que me encantaram desde que nos conhecemos, e mais tarde, surgindo na minha mente quando eu pensava nela. Me lembro de quando comecei a perceber o quão feminina ela estava ficando, talvez ela nem saiba, mas teve um dia que pude jurar que ela estava nadando nua na cachoeira, meu pai tinha me pedido para ir na estufa ver os vegetais que ele havia plantado, e na volta, pensei em ir na cachoeira molhar os pés, pois era um dia de sol intenso, foi quando, vi a cabeça de emergir, mas não vi nada em seus ombros, eu quis ficar e ver, mas pensei que não era certo, foi quando me dei conta de que se eu tinha interesse em saber se ela estava com roupa de banho, eu tinha interesse nela.

Eu não sei quando exatamente, se foi no verão ou no inverno que essa transformação aconteceu, mas eu pude notar.

Meu coração disparava quando ela me olhava nos olhos, me gerava uma sensação de que estava dominado por ela, rendido, e isso é a mais pura verdade, estou rendido à ela e a tudo que envolve ela. O dia em que ela foi o pai dela mandou ela para Itália, eu quis correr atrás daquela maldita caminhonete, queria poder ter forças o suficiente para voltar o tempo e não deixar ela ir embora do nosso esconderijo, queria poder controlar mentes, para fazer o pai dela não fazer isso. Eu até tentei seguir em frente, mas o meu coração já havia feito a sua escolha, e quando ela voltou, tive medo, receio dela ter mudado, de pensar que o que tivemos era um namorico, mas para a minha grande felicidade, o coração dela também me escolheu.

- Hoje não. - Ela faz bico.

- Minha deusa, deixa eu ver. - Passo a mão esquerda por de trás de sua nuca, encaro ela. - Está linda demais. - Puxo ela para um beijo.

Nosso beijo é suave e cheio de sentimento, ela logo passa os braços pelo o meu pescoço e cola mais nossos corpos, e intensifica o nosso beijo. 

- Deusa... - Sai mais um sussurro entre nossas bocas.

- O que foi marido? - Ela pergunta se afastando com um olhar travesso.

Ela vai em direção ao nosso quarto, e eu vou atrás.

Tão sonhadoOnde histórias criam vida. Descubra agora