Apolo me ligou fazem exatos 5 minutos dizendo que Eros finalmente acordou.
Ele estava tão eufórico no telefone que precisei pedir para ele repetir duas vezes o que estava falando para eu enfim entender. Me pediu para encontra-lo no hospital, pois estava indo para lá.
- Cos'era? - Mamma pergunta ao me ver pular da cama com o celular nas mãos.
- Eros! Mamma, Eros acordou! - Exclamo alegre para ela.
- Dio sia lodato! (Deus seja louvado)- Ela ergue as mãos para cima da cabeça feliz. - Io sabia, sarebbe tornato (ele voltaria), Toula deve estar troppo felice. - Ela abaixa e junta as mãos próximo a boca.
- Sim mamma, Apolo está indo para o hospital e eu vou também. - Falo indo para o closet procurar alguma roupa vestir.
Desde que Matteo me deu a notícia que os diretores da vinícola me tiraram da presidência, tenho passado mais tempo dentro de casa, sem sair para os lugares, o faz com que mamma ou Antonella ou as duas apareçam aqui em casa para saber como estou, acredito que deva ser um pedido de Apolo. Que está a cada dia mais em casa e preocupado com o meu emocional, eu tento não transparecer, mas ele me conhece bem, sabe até mesmo quando choro no banho.
Apolo tem se dividido entre o restaurante da sua família e o de Eros, tem tentado ao máximo não deixar Psiquê sem uma administração, eu sei que o Ággelos não deixaria o negócio do filho as traças, então fez uma oferta generosa ao Apolo, que claro negou. Ele tem se desdobrado para que tudo funcione conforme tenha que seguir.
Psiquê tem nome e uma agenda de meses, além de ter um ótimo cardápio, tem uma vista para lá de privilegiada da cidade, o que o torna o lugar ideal para jantares românticos.
Sinto uma terrível mágoa, uma sensação de fracasso e impotência, a única coisa que me foi me dado aos meus cuidados, eu falhei. Vinícola sempre foi algo que eu soube que um dia tomaria conta, mesmo com a distância, papa, quando me visitava, sempre tentava me passar um pouco do que sabia, para que quando chegasse a hora, eu estivesse preparada.
Me sinto a total vergonha da família, a primeira Capeletti que fracassou.
Antes de mim, nenhum, nenhum de nós teve qualquer ato assim, nem mesmo quando a geada afetou drasticamente uma das colheitas de papa, ele foi firme e conseguiu sair bem daquela situação. E todos os outros percalços que existiram antes destes.
Eu amo a família que estou formando com Apolo, mas no fundo, não consigo, por mais que eu tente, não sentir que de certa maneira, me prejudicou ter dado essa folga, me fez não ter tanto comprometimento e responsabilidades, nas quais eu deveria ter tido.
É difícil aceitar o fato de que a única coisa que eu não poderia falhar, a única coisa que eu não poderia perder, eu perdi.
Termino de me trocar e volto para o quarto, onde vejo que mamma está finalizando de arrumar a minha cama.
- Mamma, já te disse que não quero que fique arrumando minha casa. - Olho para ela que me lança um sorrisinho.
- Non fatto nada demais. - Ela tenta se justificar. - Em breve, non saprà fare mais nada. ( não vai conseguir fazer) - Ela fala inclinando a cabeça para a minha barriga.
- Sim mamma, mas até lá, deixa que eu faço. - Falo indo para penteadeira.
- Geórgia, benedici dio, tem certeza que è solo un bambino aí? - Ela vem até mim e coloca as mãos na minha barriga, me fazendo parar de andar.
Solto uma risada, pois ultimamente é o que todos estão me perguntando, devido ao tamanho da minha barriga e a Laura estar grávida de gêmeos, acreditam ser algo genético ligado a origem grega deles, mas meus ultrassons tem mostrado apenas um bebê, e o doutor explicou que quem determina a quantidade de bebês é o gene da mulher, do homem apenas o sexo do bebê. Então a gestação gemelar da Laura é um fator genético da família dela, e não dos Adrastéia.
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Tão sonhado
RomanceGeórgia e Apolo podem enfim viver o amor que tanto lutaram para ter. Depois de vencerem todos os obstáculos, enfim, casados. A vida de casados é um pouco agitada, pois eles trabalham em turnos diferentes. Geórgia continua mais do que nunca dedicada...