A marcha nupcial é iniciada e os poucos convidados se levantam para olhar para nós.
Sim, eu entrei com Maia, meu pai faz uma cara de reprovação assim que nos viu, e sei que ela é direcionada à mim, ele está empenhando em demonstrar o quão Maia o decepcionou e o quão sua honra foi colocada na lama, assim ele diz.
Maia por mais que demonstre indiferença, sinto sua mão gelada, estão tanto que sinto através do tecido do meu blazer. Ela estava muito mais empolgada quando se casou com Demétrio, mas acredito que as circunstâncias sejam diferentes desta vez.
Caminhamos pelo corredor formado por poucas cadeiras e ao meio de todos, vejo Demétrio, que está distraído com a pequena Gaia. Eu posso estar ficando maluco, mas tive a impressão de que ele não queria que Maia se casasse, será que ele ainda a ama? Difícil saber, mas as coisas se tornaram complicadas demais, eu não sei se teria forças para ver minha deusa se casando com outro, eu tenho que confessar que se ele ainda a ama, ele está sendo forte.
- Dê um sorriso. - Sussurro baixo para ela.
- Não. - Ela responde e reforça a expressão séria.
Chegamos próximo ao altar e o pai de Frederico dá um toque em seu ombro, o lembrando de vir até Maia.
Ele caminha um pouco tenso.
Me despeço de Maia, dando lhe um beijo na testa e entregando sua mão à Frederico que pega e eles finalizam até o altar.
Vou até Geórgia e vejo que ela guardou um lugar para mim ao lado de Eros.
O pastor começa a cerimônia.
A família de Frederico está presente, seus pais, o senhor e senhora Gonzalez, suas irmãs, Juana e Agustina, ambas com olhares intensos em mim, o que incomoda é eu estar com a minha esposa do meu lado e elas ainda assim serem atiradas. Da parte nossa parte, está poucos parentes e alguns membros da comunidade grega. Estamos todos reunidos entorno do coreto no jardim.
- Queridos irmãos e irmãs, nos reunimos nesta tarde de sábado, para celebrar a união deste jovem casal.
Sim, eles estão se casando em um sábado e não em um domingo como pede a tradição grega para que tenham boas benções.
Todos se sentam com a fala do pastor, exceto os noivos.
A cerimonia se segui um pouco mais rápida do que o habitual, afinal todo rito com a stafena foi retirado, ele não é batizado, um pedido mais que claro do nosso pai.
Chega hora dos votos.
O pastor segura o microfone para Frederico, que logo cochicha algo baixo em seu ouvido. Ele por sua vez faz uma cara de descontentamento e folheia o livro que está sobre a mesa.
- Bom, os noivos farão os votos tradicionais. - Ele informa.
- Marido, eles não escreveram os próprios votos? - Geórgia me pergunta sussurrando.
- Pelo que parece não, deusa. - Respondo com o olhar atento ao altar.
- Nossa. - Ela deixa escapar.
- Esse casamento está sendo uma tortura. - Laura comenta baixinho com Geórgia, mas consigo ouvir.
- Não fale assim. - Ela repreende a amiga.
- Olhe lá, veja a cara de apática de Maia. - Laura olha para minha irmã no altar e depois para a amiga.
- Shiiiiiiii. - Alguém atrás de nós fala.
Elas se olham e voltam a ficarem quietas.
- Maia Amaryllis Adrastéia, é de sua livre e espontânea vontade que você aceita Frederico Gonzalez como sua legítimo esposo? Prometendo ser fiel, amá-lo e respeitá-lo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias das suas vida, até que a morte os separe? - O pastor recita o verso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Tão sonhado
RomanceGeórgia e Apolo podem enfim viver o amor que tanto lutaram para ter. Depois de vencerem todos os obstáculos, enfim, casados. A vida de casados é um pouco agitada, pois eles trabalham em turnos diferentes. Geórgia continua mais do que nunca dedicada...