Sem entender muito o que acabou de acontecer, eu termino o meu banho, me troco, coloco um pijama de dormir e espero por Apolo deitada na cama, com a mão na saliência da minha barriga, meus pensamentos vão longe, e uma possibilidade de estar grávida me gera um frio na espinha e um medo, medo de que seja verdade, medo do que pode acontecer comigo, medo de mais uma vez ficar sem meu bebê e de que isso acabe com meu casamento, eu sei que Apolo está para mim, assim como eu estou para ele, mas aquele aborto quase acabou com a gente e com ele.
A porta se abre de uma vez, me dando um susto e revelando o Apolo ofegando e cansado.
- Onde você foi? - Pergunto me sentando na cama.
- Fui na farmácia. - Ele fala mostrando a sacola que eu não tinha visto e escorando na parede com a outra mão na porta.
Nossos olhos se cruzam e ele vem até mim.
- Farmácia? - Minha pergunta é retórica e ele me entrega a sacola em silêncio.
Eu não preciso olhar para dentro dela para saber o que tem dentro.
- Eu... eu não sei marido. - Digo olhando para a sacola. - Estou com medo.
- Não precisa ter medo, estou aqui. - Ele se senta do meu lado. - Vamos fazer assim, você faz o xixi e eu olho, pode ser? - Ele sugere.
- Pode ser. - Me levanto e pego a sacola.
Vou até o banheiro e ele vem atrás.
- Calma marido, deixa eu fazer o xixi na minha privacidade e depois você vem. - Digo empurrando ele para fora do banheiro.
- Está bem, vou ficar aqui. - Ele fala enquanto eu fecho a porta.
Respiro fundo.
Pego a caixa dentro da sacola, é um teste de gravidez, está em grego, mas consigo entender pelo desenho na caixa, tiro a bula e vejo no verso as instruções em inglês, leio e pego o potinho de dentro e o palito com a tampa.
Baixo o meu shorts de elástico, e minha calcinha, sento na privada, dou o primeiro jato de xixi como manda a instrução, seguro o xixi, coloco o potinho entre as pernas e faço o xixi nele, isso acaba sujando toda a minha mão, eu coloco o potinho com muito cuidado no balcão, me limpo e abro a porta.
Apolo entra como um furação dentro do banheiro, e vai até o potinho.
- E agora? - Ele pergunta olhando o potinho.
- Bom, na bula fala para pegar o palito sem a tampa e mergulhar a ponta por 5 segundos e depois tirar, aí coloca a tampa e espera por mais 5 minutos. - Digo lendo com a bula na mão.
Ele pega o palito, tira a tampa e mergulha no potinho contando alto:
- 1...2...3...4...5... - Ele tira e tampa.
Ficamos em silêncio.
- Deusa. - Ele me olha. - Eu só quero dizer que independente de qualquer resultado, vou estar aqui, não vou agir daquele jeito. E que isso não vai mudar a nossa lua de mel.
Eu sei do que ele está falando, essa é uma coisa que eu gosto do meu relacionamento com Apolo, nossa ligação, não precisamos ficar falando as coisas explicitamente para que o outro entenda.
- Eu também marido. - Falo me sentando na tampa da privada.
Os minutos parecem horas, ele encosta na parede de frente para o balcão.
Ele me olha, vai até o balcão, respira fundo, soltando o ar lento e pega o palito na mão.
Olha para ele, e depois pega a bula, olha para a bula e depois para o palito e faz isso umas três vezes.
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Tão sonhado
RomanceGeórgia e Apolo podem enfim viver o amor que tanto lutaram para ter. Depois de vencerem todos os obstáculos, enfim, casados. A vida de casados é um pouco agitada, pois eles trabalham em turnos diferentes. Geórgia continua mais do que nunca dedicada...