Fazem algumas semanas desde que descobrimos que nossa Chiara está à caminho, tenho visto revistas e sites com os móveis e decoração de quarto infantil, tento distrair a minha mente, mas ultimamente, tenho tido dificuldade, pois sinto muita falta de trabalhar, de estar na vinícola e me sentir útil em algo, ficar em casa e ter tempo livre não tem me ajudado a lhe dar com isso. Sinto que a cada dia que passa tenho perdido quem eu sou.
Quando eu deixei de lutar por aquilo que é meu? Quando eu deixei que os outros determinassem a minha vida? Quando a minha vida passou a se resumir em esperar o meu marido chegar do trabalho ou ficar em casa o tempo todo?
Todos esses anos, me imaginei a frente do negócio da família, governando tudo que me foi herdado por direito de progênita, eu tinha tantos planos para a vinícola que escorreram por água abaixo, e agora Matteo que está lá, ele não está fazendo um trabalho ruim, e talvez isso tenha me frustrado, pois no fundo, bem no fundo, achei que iriam ver o quão imprudente foram ao tomar a decisão de dar à ele o meu cargo, demitida da minha própria empresa, quem diria? Papá deve estar revirando no caixão de tanto desgosto.
- O que acha da cor verde? Acho que ficaria legal. - Helena dá a sua opinião.
- Verde? uhuuum... posso pensar. - Laura responde à ela.
- Ah, eu prefiro vermelho, combina mais comigo. - Rebeca entra no assunto.
- Vermelho? Não sei... - Laura pensa.
- E você, Geo, que cor sugere? - Helena me pergunta, me tirando dos meus pensamentos.
- Hãn? Eu não entendi. - Falo vendo elas fazerem uma careta de leve.
- Estamos dando sugestões de cor para os vestidos das madrinhas para Laura. - Rebeca contextualiza para mim.
- Bom, verde é um cor boa. - Falo aleatoriamente.
- Eu disse verde também, acho que é um sinal, Laura. - Helena fala brincalhona.
- Geo, está tudo bem? Se quiser, podemos ir. - Laura me pergunta ao me notar alheia a tudo isso
Como sempre, Laura e sua sensibilidade com o próximo.
- Não... não, estou bem. - Respondo tentando forçar um sorriso. - Eu só estava pensando em uma coisa. - Falo me ajeitando no sofá.
- É na vinícola, não é? - Rebeca pergunta do outro lado da sala.
- Está tudo bem lá, Geo. - Laura fala tentando me deixar tranquila.
- Eu sei... eu sei - Respondo ela com a voz um pouco fraca e balançando a cabeça. - É que eu só... - Paro a minha frase ao notar o que iria escapar da minha boca.
- Você só? - Rebeca me estimula a continuar.
- Não, bobagem. - Tento ajeitar a situação.
- Geo, somos suas amigas, se existe algo que esteja te perturbando, pode confiar na gente. - Helena fala ao meu lado a me olhar nos olhos.
Todas me olham atentas, aguardando que eu fale algo.
- Vou me batizar ortodoxia. - Revelo para elas, na tentativa de mudar o assunto.
- Você o que? - Rebeca exclama primeiro, surpresa.
- Se batizar orto o que? - Helena pergunta sem entender.
- Meu Deus, Geo! - Laura exclama colocando as mãos na boca também surpresa
Solto uma risadinha ao ver elas tão perdidas e surpresas.
- Eu vou me batizar "grega" - Falo fazendo aspas com os dedos de forma que elas entendem.
- Apolo está te obrigando à isso? É pela bebê? - Rebeca pergunta ficando brava. - Estes homens! - Ela bufa.
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Tão sonhado
RomanceGeórgia e Apolo podem enfim viver o amor que tanto lutaram para ter. Depois de vencerem todos os obstáculos, enfim, casados. A vida de casados é um pouco agitada, pois eles trabalham em turnos diferentes. Geórgia continua mais do que nunca dedicada...