- Desculpe pelo atraso pai, passei no Psiquê antes de vir. Aquele lugar é uma loucura, toda noite tem briga por mesa. - Comento a briga que vi antes de sair. - Não sei qual é o problema das pessoas em reservar antes.
- Aquele lugar tem algum tipo de benção divina, não é possível, sempre está cheio. Me pergunto o que Ággelos fez ali. - Nosso pai comenta e aponta para eu me sentar no sofá.
- Eu sei, tio Ággelos tem influência e contatos de grande porte. Psiquê virou status, depois Eros fala que não se dá bem com o pai, mas tira proveito da fama dele - Maia entra na conversa e se ajeita na sua poltrona.
Todos ignoramos a fala ácida dela, sabemos que essa não é a real situação.
Me sento ao lado de Demétrio que se mantém calado e me cumprimenta apenas com a cabeça.
- Bom, acredito que já podemos começar o que viemos para resolver, certo? - Meu pai olha para Maia, que o encara de volta com o nariz em pé, pouca afetada com a situação desconfortável. - Antes de mais nada, eu gostaria de pedir desculpas, Demétrio, jamais foi a minha intenção fazê-lo passar por isso quando acordamos o casamento. - Nosso pai pede desculpas se sentando em sua poltrona.
- Sr. Adrastéia, não é necessário que o senhor me peça desculpas por algo que não o fez. - Demétrio olha para ele. - Não é o senhor que me deve isso. - E encara Maia.
- Eu acho muito engraçado isso tudo, eu, mulher, adulta, ter que passar por um "tribunal" formado por homens para decidir a MINHA vida. - Maia fala um pouco ríspida fazendo aspas com as mãos.
- Acredito que seja mais sábio se manter calada Maia, ou prefere que eu chame o Frederico aqui? Aí sim, seria um tribunal como nos velhos tempos. Com todos os envolvidos e a comunidade grega inteira. - Nosso pai a rebate ríspido.
- Vamos manter a calma. - Peço à todos. - Somos todo adultos e podemos resolver da melhor maneira possível. - Falo tentando apaziguar a situação.
- Ela não quer assinar o divórcio! - Demétrio exclama encarando ela com uma expressão de reprovação
- Eu não vou assinar! - Ela exclama de volta para ele fazendo birra, olhando para ele de volta e fazendo uma micro careta.
- Não vai assinar? Como assim Maia? - Pergunto incrédulo com o que acabei de ouvir.
- Não vou! - Ela bate o pé firme. - Estamos casados perante os deuses e eu não vou me divorciar. - Ela se justifica. - Já vivemos tantos outros obstáculos, podemos reverter esse.
- Maia, coloque essa sua cabeça de vento para pensar, houve adultério, da sua parte, inclusive. - Demétrio fala sem paciência. - VOCÊ rompeu nossa stefana quando transou com aquele bastardo em NOSSA cama, na NOSSA cama. Quer mesmo falar de benção, se você mesma que buscou maldição para a NOSSA casa. - Ele aumenta o tom de voz visivelmente irritado.
- Apolo, explique à sua irmã, que quando há adultério é permitido divorcio em nossas tradições. - Nosso pai me pede massageando a têmpora esquerda com o braço apoiado na poltrona.
- Pai, o que Apolo pode falar sobre nossas tradições? Nem se casar com uma grega se casou? Eu gosto da Geórgia, mas isso é um fato. Apolo se casou com uma não - grega. - Maia fala cruzando as pernas e me olhando. - As tradições só existem para nós, mulheres? Para vocês homens, não? - Ela questiona agora olhando para nosso pai.
- Você não quer comparar uma traição com o fato da Geórgia, não ser uma grega? - Pergunto incomodado com a fala dela. - Minha deusa, pode não ter se batizado uma grega, mas tem muito mais caráter do que você. Exijo que respeite a minha mulher! - Aumento um pouco meu tom de voz irritado. - Geórgia, jamais faria o que você fez. Então não, não pense que só porque você não tem caráter, que todo mundo é igual. - Digo firme e encarando ela.
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Tão sonhado
RomanceGeórgia e Apolo podem enfim viver o amor que tanto lutaram para ter. Depois de vencerem todos os obstáculos, enfim, casados. A vida de casados é um pouco agitada, pois eles trabalham em turnos diferentes. Geórgia continua mais do que nunca dedicada...