4. Capítulo IV - Para o desgosto de sua mãe

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CAPÍTULO IV – PARA O DESGOSTO DE SUA MÃE


Na manhã seguinte, quando Sakura abriu os olhos, se esquecera completamente da noite passada. Certo, talvez isso não fosse totalmente verdade. Ela se lembrava com exatidão de cada segundo do baile, e dos longos minutos na carruagem quando voltava para casa. Se lembrava de cada misero detalhe, mas queria ter acordado de preferência com amnésia.

Nunca fora o tipo que reclamava ou que se arrependia, afinal, o que já estava feito não havia como mudar, mas pela manhã estava convicta de que aquilo havia sido um erro. Não seu plano, óbvio, seu plano era perfeito. O único problema era o Duque, o bendito Duque. Assim que apertaram as mãos na noite passada, decidiram que iniciariam o plano hoje. Durante um jantar. Um jantar oferecido por ninguém menos do que sua própria mãe. Após a decisão horrorosa tomada, ele saiu silenciosamente do escritório, tomando cuidado para não ser notado, e Sakura aproveitou a oportunidade para beber mais um copo de uísque, acomodada no sofá e pensando exatamente no que se metera.

Agora, pela manhã, já sentada em sua cama, ela começou a avaliar quais eram as probabilidades de o Duque estar bêbado e se esquecer do favor. Claro que isso significaria ter de encontrar outra pessoa, mas por algum motivo, isso era melhor do que fingir ser cortejada pelo Duque de olhos escuros.

Com um suspiro, Sakura se levantou, afastando todo possível arrependimento. Daria tudo certo. Apenas mais algumas semanas e estaria livre de tudo isso, como sempre sonhara.

Quando saiu de seus aposentos, procurou uma empregada e lhe entregou o bilhete – qual ela havia escrito ontem mesmo antes de dormir -, e pediu para que enviasse a Hinata Hyuga. Após dar inicio ao seu plano, procurou algum livro na biblioteca e saiu escondida pelos fundos, procurando algum canto para ler. Não queria tomar café com seus pais, até mesmo porque sua mãe lhe faria um belo interrogatório, perguntando porque havia sumido durante a maior parte da noite, e Sakura não gostava de mentir, e também não queria dizer a verdade. Portanto estava decidida a ficar longe, pelo maior tempo possível.

Após encontrar sua árvore preferida, que ficava perto do pequeno lago, ela se sentou apoiada no tronco e começou a ler, mantendo um sorriso nos lábios.





Os olhos cinzas avaliaram o vestido rosa, repleto de babados que sua irmã provava. Ela rodou, e os babados brancos pareceram ainda maiores. A cor, um rosa forte e vivo, era no mínimo exagerada, e os babados desnecessários.

- O que achou? – Hanabi perguntou, sorrindo.

Horrível.

Simplesmente horrível.

- Bonito – mentiu.

A menina sorriu, mostrando os dentes, e então rodou mais uma vez. Hinata já havia tentado dizer a verdade, já havia dito sua opinião sincera, porém, sua mãe desaprovava totalmente essa conduta. Na última vez que criticou o vestido amarelo esverdeado – que parecia muito com vomito -, sua mãe lhe obrigou a usar, dizendo que nela ficaria lindo.

Não ficou.

Desde então Hinata só mentia. Se alguém fosse passar essa vergonha, com certeza não seria ela.

A irmã mais nova logo caminhou até o guarda roupa, já buscando outra peça para provar. Santo Deus, quando isso iria acabar? Ela fechou os olhos, se sentindo cansada. Talvez se fingisse enjoou lhe deixariam em paz pelo restante do dia. Estava considerando essa opção quando leves batidas na porta chamaram sua atenção. Talvez conseguisse fugir, dizer a irmã que era uma emergência, e então escapar para qualquer outro lugar que não fosse ali. Assim que se levantou, olhou para os lados para garantir que não havia esquecido nada.

O Canalha PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora