CAPÍTULO VIII – TRÊS É UM BOM NÚMERO
A Haruno suspirou, fechando os olhos.
Sua visão doía. Sua cabeça doía. Todo seu corpo doía. A boca estava seca, mas seus braços estavam pesados demais para buscar a água. Se encolheu na cama, soltando um resmungo. Nunca havia ficado tão doente, e agora se lamentava por não ter aproveitado mais quando estava saudável.
A cama já não estava tão macia quanto o dia anterior. Na verdade, estava bem desconfortável. Sakura rolou para o lado, puxando as cobertas junto. Naquele canto ainda estava bom.
Não entendia como isso tinha acontecido. Havia tomando um banho quente e depois ido descansar. Quando acordou um pouco depois das oito para jantar, sentiu a garganta um pouco dolorida, mas nada além disso. Na manhã seguinte, porém, estava com febre e com dor em todo o corpo, mas pelo menos conseguiu comer um prato de sopa e beber bastante água. Hoje, em compensação, só conseguia resmungar e se encolher.
Estava tão frio...
Não devia estar tão frio. O inverno estava chegando, porém, a temperatura tendia a ser agradável. Pelo menos havia sido nas semanas anteriores. Hoje, em compensação, Sakura sentia que estava congelando.
Sabia que isso era mais efeito da febre do que do clima, mas isso não a fazia se sentir melhor. Também estava emotiva, mais emotiva do que o normal, e sentia vontade de chorar. Culpa da doença, obviamente.
Já estava de tarde e ainda não havia comido nada. Sua parte racional sabia que devia se sentar, esticar a mão e tentar comer uma das frutas que sua mãe havia lhe trazido. Estavam picadas em cubos pequenos para não machucar sua garganta sensível, e na última vez que havia olhado - algumas horas atrás - pareciam bem frescas. Sabia que devia tentar comer, mas não encontrava forças para se mexer.
Puxando um pouco a coberta, Sakura colocou a cabeça para fora e abriu os olhos, sentindo sua visão pesada.
- Mãe... - chamou.
Sua voz estava baixa e horrível, e duvidava que sua mãe havia escutado. Limpou a garganta e tentou de novo. Dessa vez pareceu mais com um ser humano do que com um animal, e considerou isso uma vitória.
Hoje era terça, e sabia que tinha uma apresentação de um recital para comparecer. Havia até mesmo combinado de se encontrar com a Hinata durante o intervalo. Sua mãe normalmente estaria descansando para o evento, porém, de tempos em tempos ouvia os passos em frente a sua porta, e então a cabeça da mãe surgia no vão, para conferir como ela estava.
Ela estava péssima, isso era óbvio. O médico porém havia dito que era um resfriado. E que se bebesse bastante água, comesse um pouco e descansasse, estaria bem dentro de alguns dias.
Uma parte sua queria ficar na cama por um pouco mais de tempo. A temporada acabaria em... O que? Dez dias? Onze? Ela não tinha certeza, mas sabia que estava no fim. Tentou puxar na mente para quantos eventos haviam sido convidados. Até onde se lembrava, havia o recital hoje, um piquenique quinta, um baile sábado, mais uma apresentação na próxima terça, um jantar na próxima quinta, e então o último baile no próximo sábado. Domingo era dia de se preparar para voltar para o campo.
Faltava tão pouco...
Se ficasse doente pelo resto da semana, teria de comparecer apenas a mais três eventos. Três era um número suportável. Três era um ótimo número.
Decidiu naquele momento que se desse certo, três seria seu número preferido.
E assim foi.
Sakura só conseguiu sair da cama na quinta. Sexta tomou um chá com Hinata, e no sábado foi liberada de comparecer ao baile pois seus pais estavam preocupados dela tomar friagem ou se esforçar demais. Segunda-feira estava em perfeito estado, ou quase isso.
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O Canalha Perfeito
RomanceTodas as debutantes da sociedade londrina desejam ardentemente se casar, preferencialmente com um nobre, principalmente se o nobre em questão for o filho do marquês, Naruto Uzumaki, dono de um belo par de olhos azuis e um sorriso gentil que faz dama...