CAPÍTULO XXVI – AS APARÊNCIAS ENGANAM
Um animal que Sakura sempre admirou foi o gato. Felinos em geral a fascinavam, com aquela habilidade impressionante de caçar, fora o fato de serem incrívelmente fofos.
Quando era pequena, decidiu estudar um pouco sobre o mundo selvagem, e foi quando descobriu que para encurralar sua presa, primeiro eles observavam, o mais imóvel que conseguiam.
Gatos, leões, tigres, leopardos, todos eram rápidos e ágeis, e Sakura sempre soube que também era. Desde pequena se contorcia para passar em buracos e janelas meio abertas, sempre desejando passar despercebida. E ela sempre foi muito boa correndo.
Mas não era mais rápida que um tiro, e por isso ficou parada, escutando o próprio coração disparado dentro do peito.
Seus ouvidos pulsaram, e ela precisou de alguns segundos para se recuperar. Ou pelo menos para fingir que sim.
Sakura não se moveu, nem para frente e nem para trás. Apenas ficou parada, piscando os olhos verdes e olhando para ele.
Sai parecia muito mais acabado que a última vez que haviam se visto, alguns anos atrás. Ele sempre foi um homem entranho, um pouco magro demais para o seu tamanho, com olhos escuros e uma pele pálida. De acordo com a sua mãe, naquela época ele era muito recluso, vivia enfiado na biblioteca de sua família.
Esse foi um doa fatores que fez ela o achar interessante.
Quando conversaram a primeira vez sobre a megera domada, um dos seus livros preferidos, Sakura acabou de soltando com ele.
Agora ela percebia o quanto isso havia sido um erro.
Quando pensava em uma ameaça, não era esse tipo de homem que aparecia na sua mente. Sai tinha a aparência de um bibliotecário inofensivo.
Só que as aparências enganam.
- Não tem nada a me dizer? – ele perguntou novamente.
Sakura deu os ombros levemente.
A arma ainda não estava apontada para ela, apenas para o chão, e sua parte racional sabia que devia ficar quieta e se comportar, independente do que ele queria.
Sai não teve problemas em machuca-la uma vez, podia muito bem fazer novamente.
Mas era mais forte do que ela.
- Posso jurar que tinha te mandado para o inferno – respondeu.
Diferente do que esperava, Sakura não sentia medo. Certamente não estava feliz, e com certeza preferia estar em qualquer lugar, menos ali. Mas medo? Isso não. Não dele, pelo menos. Tinha medo da arma, tinha medo do que aquele maluco podia fazer caso ficasse irritado, mas não tinha medo dele em si.
Se estivessem desarmados, Sakura faria questão de lhe dar um murro.
- Acho que me lembro disso.
- E por que não foi? O senhor certamente está precisando de um bronzeado.
Maldita fosse a sua língua afiada, e maldita fosse sua necessidade de responder.
Ele riu, como se aquilo fosse uma ideia hilária.
- Vejo que o tempo não mudou sua personalidade.
- Vejo que o tempo não lhe ensinou qualquer coisa sobre educação. Não sei na França, mas na Inglaterra apontar uma arma é uma grande falta de etiqueta.
- Sua mãe ficaria decepcionada, tenho certeza.
A pior parte é que ela realmente ficaria.
Cavalheiros não mostram suas armas na frente de damas. Essa foi a primeira regra que Sakura ouviu sendo direcionada ao seu pai, que estava lhe ensinando como bala é feita.
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O Canalha Perfeito
RomansaTodas as debutantes da sociedade londrina desejam ardentemente se casar, preferencialmente com um nobre, principalmente se o nobre em questão for o filho do marquês, Naruto Uzumaki, dono de um belo par de olhos azuis e um sorriso gentil que faz dama...