21. Capítulo XXI - Caixa dourada

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CAPÍTULO XXI – CAIXA DOURADA


A duquesa mordeu seu lábio inferior, ainda encarando a porta da madeira. Tudo na sua nova casa era grande, mas essa porta era diferente das outras.

Não que fosse literalmente diferente, só era mais... Ela não tinha uma palavra para definir, mas estava intimidada com a madeira maciça. A porta dupla continuava lhe encarando, desafiando-a a bater, e ela continuava parada, ansiosa.

Aquela porta levava ao escritório pessoal do duque, qual ela ainda não tinha conhecido.

Durante suas duas primeiras semanas na casa, andou por tudo. Passou em todos os cômodos, caminhou no jardim, andou a cavalo e terminou o primeiro volume do seu romance, já havia até mesmo começado o segundo – Kate ainda não havia encontrado o assassino, e agora contava com a ajuda de um conde que de cavalheiro não tinha absolutamente nada -. Sakura até mesmo praticou tiro ao alvo, para o espanto dos seus empregados. Já tinha feito de tudo, e agora estava entediada.

Ainda não era hora do almoço, e ela só veria o Sasuke nesse momento. Mas não queria esperar, e por isso foi até o seu escritório.

Mas e se ele estivesse ocupado? E se ela estivesse atrapalhando?

Sakura mordeu a boca de novo.

Não sabia quando havia se tornado esse tipo de mulher, mas nos últimos dias estava completamente emotiva, e agindo de um modo que não era o seu estilo.

Por mais que doesse admitir a si mesma, ela sabia que estava carente.

Carente!

Desde quando Sakura Haruno era uma mulher carente?

Bufando, ela deu meia volta, e então parou. Não era covarde, e não iria ficar com medo da reação do Sasuke. Se ele estivesse ocupado, certamente falaria, e ela poderia retornar depois. Controlando a vontade de respirar fundo, ela bateu duas vezes na porta de madeira antes de entrar. O escritório dele não era muito diferente do escritório do seu pai: grande, com alguns livros que estavam lá só de enfeite, móveis escuros e uma vista para o jardim. Sakura reconheceu as roseiras que ocuparam seu tempo na tarde anterior.

Ela entrou devagar pelo vão da porta, e tentou manter uma expressão neutra, como se não estivesse nervosa por estar ali.

O que estava acontecendo?

Sakura roubava bebidas do pai já tinha alguns anos. Sempre invadia o escritório dele para pegar livros impróprios e o único medo que sentia era de ser pega antes de terminar sua missão.

Nunca foi uma mulher covarde.

Sasuke levantou as sobrancelhas para ela.

- O que foi?

Morder a boca foi inevitável.

- Eu...

- Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

Ele negou com a cabeça, e ele pareceu aliviado.

- Eu só queria te ver.

Dizer isso não devia ser constrangedor, considerando que eram casados, e que fizeram coisas bem intimas, em diversos lugares e horários. Mas, mesmo assim, ela desviou os olhos para a janela, tentando controlar o rubor que se espalhava.

- Vem cá – Sasuke chamou.

Tentando parecer calma e controlada, ela caminhou até ele e se sentou em seu colo. O duque sorria, como se soubesse exatamente o que ela estava pensando.

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