Cap.46: Nights Like This

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Atlanta - GA

P.O.V Angel 15:35 p.m.

O Justin me encarava seriamente e eu nem sabia como reagir diante de suas palavras. Calma, Angel. Respira. Eu pensei em qualquer coisa depois do seu sumiço de três dias menos dele jogar na minha cara que não está pronto pro casamento.

Umedeci os lábios e engoli em seco, colocando o cabelo atrás da orelha.

— Tudo bem, eu também não tô pronta e sei que o Carl se precipitou em fazer essa pressão... Mas a gente pode sei lá, deixar esse noivado rolar. A gente não precisa casar agora, tipo, agora mesmo... Poderemos ficar noivos e...

— Não, Angel. Não vai rolar. — Ele se levantou do sofá e meu sorriso se cessou. — Eu, eu quero viver mais, entende? Só tenho 24 anos. Não tô pronto pra ficar aprisionado numa vida de marido. Isso não serve pra mim. — Enruguei a testa e sentir as lágrimas quentes preencherem os meus olhos.

— Mas não precisamos fazer isso agora. Eu também não quero, mal saí do ensino médio e quero logo estudar, ter um bom emprego... Só tô dizendo que... A gente não precisa se afastar. Sabe que nada será mais o mesmo. — Fui fria, mas era preciso falar. — O meu pai está achando que estamos noivos.

— Seu pai fez um jogo sujo e baixo. Por acaso eu te coloquei algum anel no dedo? — Fiquei incrédula com suas palavras árduas. — Se isso funcionou na época dele, beleza, mas não estamos mais naquela época que se o cara cortejou a moça ele é obrigado a casar com ela.

— Você não foi obrigado a nada.

— Ele me pressionou e você viu! — Fiquei calada e então comecei a chorar. — Olha, eu sabia que essa merda ia acontecer uma hora ou outra. Seu pai não devia ter se metido no nosso rolo, olha o que estamos falando um pro outro?

— Isso...

— Eu sei que não serei mais o mesmo, não terei mais como olhar na sua cara sabendo que voltei atrás do que tinha pedido. Me desculpa.

— Justin... — Quando chamei seu nome ele já tinha cruzado a porta. Merda, não acredito.

*

Acordei em um pulo da cama e estava completando suada. O ar condicionado estava ligado, mas isso não me impediu de ter o pior pesadelo da vida. Olhei em volta e meu quarto estava claro, chequei a hora no celular e ia dá 16hrs da tarde.

— Merda. — Passei as mãos na cabeça e me levantei, indo pro banheiro. Lavei as mãos e em seguida o rosto, olhando pro espantalho no reflexo do espelho.

Esse assunto do casamento tem me atormentado desde ontem à noite. O Justin só sumiu algumas horas e eu já tô com esse pesadelo em mente, vai que ele volte atrás e não queira mais nada comigo? Ele faria isso?

Perguntou meu subconsciente e saí do banho, calçando minhas chinelas. Desci as escadas e olhei pelas janelas, o sol estava ainda alto e eu estava louca. Merda.

Fui beber água na cozinha e depois ouvi a campainha tocar, fui atender na velocidade da luz e tive uma surpresa imensa ao ver o meu amado parado no meio da porta. Ele abriu um sorriso enorme quando me viu.

— Oi.

— Justin. — Lhe abracei fortemente, e ele me agarrou em volta da cintura. — Você sumiu. Tava desesperada.

— Desculpa, passei o dia no galpão com os caras resolvendo um assunto bastante importante. — Concordei e segurei na sua mão, levando ele pra sala. — Você disse que tava desesperada? Porque?

— Bobagem. Tive um pesadelo desgraçado e só melhorei depois que te vi aqui na minha frente. — Ele sorriu e sentou no sofá, batendo na sua perna pra eu sentar em seu colo. — Nossa, quero nem lembrar desse pesadelo.

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