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— Não mexa nisso, zoya!

Corro até a escrivaninha do quarto, onde a criatura minúscula ficava na pontinha dos pés para mexer em meus materiais da faculdade.

Minha movimentação rápida e o tom de voz alto fez com que a garotinha de quatro anos se assustasse ao ser pega aprontando, abrindo um berreiro em seguida

— Ah! vamos lá, você ia chorar bem mais se esse notebook caísse em sua cabeça.— pego ela e a coloco em cima da minha poltrona.

Seu bico estava armado enquanto me olhava em desgosto. Zoya cruza seus braços, bufando, me olhando com a cabeça meio baixa. Assustador eu diria.

— Eu não tenho medo dessa sua careta, garota.— levanto ela, a colocando em pé. — Você gostaria que eu mexesse em suas bonecas feias?

— Elas não são feias — Tiro sua blusa.

— Estão todas riscadas, zoya.

— Tia, jennie!

— Elas são feias sim.— Tiro sua calcinha.— Eu sei que não gostaria que eu mexesse nelas, então não mexa em minhas coisas.

Coloco o pequeno ser falante no chão e seguro sua mão, a puxando até o meu banheiro. Sento ela dentro da minha banheira enquanto eu ficava no chão para começar a lavar sua pele extremamente branca e aquele monte de fios loiros.

Zoya ainda parecia chateada comigo, pois desde que a coloquei dentro da banheira ela me olhava feio, como se quisesse que eu entendesse que ainda estava brava, e isso já tem uns cinco minutos.

— Escuta, hoje é um dia muito, mais muito bom, e você não vai me deixar mau humorada com suas birras

— Por que hoje é um dia muito, mais muito bom?

— Irei ganhar em fim minha cama

— Sua amiga...— brinca com umas bolhas.— ...Cabelo feio, irá te dar mesmo?

Parei por uns dez segundos de massagear seu coro cabeludo ao ouvir aquela frase. Sem entender, vejo a menina brincar com a esponja, esperando minha resposta

— Amiga o que? — levanta o seu olhar

— Aquela menina, tia jennie. Do cabelo durinho que nem uma mola

— Você pode dizer novamente o que acaba de perguntar?

— Se sua amiguinha cabelo durinho vai comprar mesmo sua cama.— Me olha sem entender — Tá surda, tia?

Seu olhar inocente não me permitiu admitir que ela quem formulou aquela frase, com toda certeza escutou alguém dizer.

— Sim, é aquela amiga.— volto a lavar seus fios.— O nome dela é Raissa, sabia?

— Eu sei.

— Então a chame assim.— ela concorda —Você sabe o que é cabelo durinho, zoo?

— Não.

— Então por que a chamou assim?

— Mamãe chama ela assim.

Óbvio que sim. Vou matar aquela velha

— O que mais ela diz? — tentei coletar mais informações antes de mata-la sem peso na consciência

— Uhmm....— Fica uns segundos pensando, formando frases como qualquer criança — mamãe me disse que de onde ela veio, tem várias pessoas como ela, com o cabelo igualzinho. Até com cor diferente da nossa.
Ah, mamãe chama sua amiga de menina feia também.

— E você acha ela feia?

— Não, ela é muito linda. Tipo minhas barbies

Claramente ela é muito linda. Sua mãe que é horrível, parece um sapo esganado

Efeito Ardente - Jenlisa (g!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora