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Todo o meu corpo gelou quando eu vi, tinha medo dos meus pensamentos, da minha mente naquele segundo.

Vi como câmera lenta Lucca caminhando, logo atrás dele veio a senhora que havia conhecido a horas atrás, e ao seu lado... ela. Mais magra, cabelo preto na altura dos ombros, sem franja, vestindo um casaco preto, calça e botas. Lalisa estava alí, diante de mim, me olhando suave, me avaliando assim como eu a ela.

Eu não conseguia acreditar ou raciocinar que Lalisa estava alí, foi como se todas as cenas imaginárias que criei na minha cabeça do seu estado físico ao acidente se desmanchar-se, despedaça-se como pólvora. Um misto de confusão bugou minha mente. Ela está aqui, não estava no acidente.

Ou é uma armadilha da minha mente?

Tentando raciocinar sua presença, eu fui sentindo meu corpo amolecer, minha pressão caindo, minhas mãos começou a suar e minha cabeça esvaziar. Fui segurada por alguém, não vi, porque meus olhos mesmo que pesados não conseguiram se desgrudar dela, conectada aos seus olhos, aquele olhar que não são mais somente característica dela. Eu entrei em transe, lutando contra minha mente, implorando que aquilo fosse mesmo real. Eu vi, eu vi perfeitamente quando lalisa correu até mim e me agarrou pela cintura, ficando pertinho do meu rosto, buscando o meu olhar.

Seus olhos, aquela cor, seu cheiro, seu toque... É ela.

— Jennie — sussurra ela, quase que dolorido

Busco o olhar da minha irmã. Tentava entender como, o medo de tudo aquilo ser um sonho me deixou desesperada, eu só queria ver realidade nos olhos da minha irmã, implorava que me confirmasse.

— Ela não estava no acidente, bebe — diz parecendo entender meu nível de desespero e confusão.

E sua resposta veio como um click na minha cabeça. Como um tapa na minha cara. Ela não estava?

— Menina — escuto a voz doce da senhora que conheci mais cedo — ela está fraca, Lala

— Vem, Jennie — Kaká me pega no colo, enquanto ele me levava pra algum lugar, meus olhos não desgrudou dela.

Lisa veio atrás junto a mulher. Ela se pôs de joelhos perto de mim, me avaliando e buscando meu olhar como sempre fez ao tentar detectar algum erro. Ainda martelava minha cabeça o fato dela está alí.

— li...lisa. como...

— Me desculpe, Jennie. Eu deveria ter falado que lisa não estava no acidente. Esqueci completamente — Lucca tenta se redimir — Ela não estava, ok? Chegou a pouco tempo e está bem.

Lisa não tirava os olhos de mim. Eu começo ela a tanto tempo, sabia ler cada feição sua, e alí eu via saudade. Seu olhar preso no meu transmitia saudade, posso até apostar que ela está morrendo de vontade de me abraçar ou me tocar discretamente, como sempre fazia quando a gente brigava e não podia porque eu não deixava. ela fazia a mesma cara.

— Você está aqui... Está bem..

— Eu estou aqui, estou bem.

Não posso mentir, eu estava morrendo de saudades dela. E saber que não estava no acidente me deixou extremamente feliz, mais aliviada. Minha ansiedade atacou e tudo que eu passei a querer era seus braços me rodeando, ainda com medo de tudo ser uma grande mentira da minha mente. Lisa fez o que eu queria fazer, o que eu gritava internamente. Me abraçou e se colocou grudada no meu pescoço. Eu conseguia sentir o seu cheiro, respirava fortemente, tentando me convencer a todo custo.

— Você está aqui, Lis... — era tão surreal sentir toda essa emoção novamente. Eu passei dois anos odiando sua existência, tendo até repulsa de voltar a vê-la. Tudo que me lembrava ela eu recusava a vê... E agora, ter seu calor envolvendo meu corpo me fez notar que eu ainda a amo. A explosão crescente dentro de mim. Ela continua sendo a lisa de antes, alguém que quero sempre bem. Eu chorei emocionada, porque era bom sentir enfim uma emoção boa depois de tanto tempo, era bom sentir-se acolhida em um colo tão conhecido e tão significativo de lar.— Meu deus, eu não acredito que você está bem, eu estou tão feliz.

Efeito Ardente - Jenlisa (g!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora