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O som do bipe machucava meus ouvidos, a luz extremamente clara que dava pra sentir através das pálpebras me fez recusar abrir os olhos

Foi assim que passei minutos, quieta, sem me mexer ou abrir os olhos. Eu sabia que estava em um hospital, o bipe de algum aparelho ao meu lado diziam disso. Conseguia sentir também uma pressão na minha barriga, parecia está amarrada por algo.

Quando por fim decidi abrir os olhos, dei de cara com um quarto totalmente branco.

Eu estava deitada sobre uma cama, com roupas de hospital, uma liga grossa azul na minha barriga com um pequeno aparelho redondo acima do meu umbigo. Conseguia ver perfeitamente minhas costelas amostra, o que me deixa extremamente triste com minha situação. Um pouco abaixo do meu umbigo se vê uma elevação redonda, um pouco grande demais para o tempo que calculo que estou. Puxei as laterais da roupa para tampar, me negando mais uma vez.

Ao meu lado, no canto da parede, Paola estava deitada em um sofá. Ao lado dela, sentado na poltrona, meu irmão Martin. Virei a cabeça pro outro lado, pra ver também minha cunhada Camila sentada na outra poltrona de canto. Ao contrário dos meus irmãos, Camila estava acordada, ela mexia no celular e nem viu que havia acordado.

Fiquei pensando se o que aconteceu foi delírio de uma carga muito grande de emoção, se tudo foi criado apenas como refúgio da minha mente. Mas eu vi perfeitamente seu rosto, escutei sua voz. Até onde aquilo foi real, queria saber...

— Camila

A mulher levanta da poltrona, larga o celular e vem em minha direção

— Oi, Jennie

— O que aconteceu?

— Você desmaiou na calçada, numa esquina perto da casa do seus pais

— como sabe disso? Quem disse?

— Foi uma mulher que ligou pro seu irmão — faz uma carícia no meu braço. — Se sente melhor?

— cadê ela?

— Estava aqui a poucos minutos, disse que iria em casa tomar banho

Automaticamente encarei a porta do quarto.

— Quer se sentar um pouco?

— Sim, por favor

Ao lado da cama a mulher gira uma lavanca, elevando aos poucos até que eu fique um pouco sentada.

— Você pode acordar meu irmão por favor?

— claro

Camila caminha até a poltrona, acaricia o rosto dele, o chamando pelo apelido carinhoso que já notei que se chamam. Martin se espreguiça, olha pra sua namorada e toma um susto, levantando com tudo somente para lançar seu olhar pra mim.

— calma — Ela diz

— Pequena, como você está? — vem em minha direção

— Estou bem, só me sinto fraca.— faz carinho em minha bochecha — Martin?

— Oi, minha pequena

— Me desculpe por está dando trabalho. Eu sei o que estão passando, e eu sinto muito mesmo

Ele se esquiva um pouco sobre a cama, me encarando de pertinho.

— Eu sinto muito pela sua perda — Camila passa sua mão na coluna do meu irmão, o confortando.

— Não está sendo fácil. Eu estava muito feliz com a novidade. Mas acho que as coisas acontecem por um motivo que nem a gente mesmo entende no momento. É por isso que estou tentando me conformar, sei que um dia Camila e eu teremos a oportunidade novamente.

Efeito Ardente - Jenlisa (g!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora