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Silencioso, o silêncio presente alí só não era mais incômodo por causa da minha satélite natural e perfeita, a Lua.

Enquanto jantamos, um momento que deveria ser familiar de comunicação e bem estar, tudo era silencioso e desagradável ao meu ver. Só se escutava o barulho do talher batendo contra o prato vez ou outra. Lua está ao meu lado me fazendo sentir de casa, por mais falhas as tentativas.

Na mesa, meu pai se apossa de uma ponta e minha mãe de outra, com uma distância razoável entre eles. As cinco cadeiras restantes só se ocupava três, por mim, lua e Martin, que estavam ao meu lado.

Era de costume todos estarem a mesa para fazer uma refeição, mesmo que ela seja carregada de silêncio e constrangimento, isso é a coisa que minha mãe sempre nos cobrou, por mais atarefados. Hoje então, sendo a primeira vez depois de cinco anos que estamos no mesmo lugar, é a primeira vez também que falta alguém na mesa. Juan aparentemente anda atarefado, ainda não deu as caras, muito menos satisfação por sua ausência. Paola está se resolvendo, procurando se estabelecer. Esses dois motivos é a razão do meu pai está enfurecido, seus suspiros e cobranças deletava a indignação da mesa incompleta.

Ele odeia

Odeia por minha mãe odiar

Hoje meu dia não foi bom, uma tristeza tomava conta de mim, eu não consigo sequer controlar essa vontade de chorar a todo momento. Meu desejo era dá pausa na minha vida e reiniciar onde eu estava feliz, na Rússia, em época de faculdade.

— Quando vai voltar?

A voz do meu pai soa em meio ao silêncio. Por um momento achei que fosse para mim sua pergunta, mas ele encarava meu irmão ao meu lado. Martin descansa sobre a cadeira depois de terminar sua refeição

— Voltar?

— Não cansou ainda desse trabalho?

Martin solta uma risadinha, fazendo meu pai trancar o maxilar, o olhando fixamente.

— já chega de birra. Volte para o hospital e seja digno. Pare de brincar de escolinha e seja um homem de honra assim como seu irmão

O homem ao meu lado solta um suspiro alto, alcançando o guardanapo sobre a mesa

— Vejo que procura uma discussão, infelizmente não vou cooperar pra isso.— joga o guardanapo na mesa e levanta — Talvez outro dia, hoje estou meio cansado

— Está debochando da minha cara, Martin Kim? Me respeite, seu muleque

— jamais faria isso, pai. Só estou realmente cansado para uma discussão.— beija minha cabeça — preciso ir, tenho coisas pra resolver amanhã cedo.— beija a cabeça da lulu — tchau, meninas.

Coloca sua cadeira no lugar

— Boa noite, mãe.

— Boa noite, filho — dona minah o responde baixo, meio leiga do mundo

— Amanhã eu venho, está bem? Coma e vá descansar — sussurra para mim, apenas concordo.

Martin dá as costas e se retira da casa.

Na ausência dele ou da Paola, sempre me sinto uma cachorrinha perdida dentro dessa casa, com medo de tudo, até de respirar muito alto. Apartir do momento em que ele saiu, procurei terminar o mais rápido possível minha alimentação e sair para meu quarto novamente, torcendo pra não chamar atenção dele enquanto fazia de forma meio afobada.

No momento em que acabei, levantei, mas ele me parou e disse

— Ruby

— Oi, pai — respondo baixo

Efeito Ardente - Jenlisa (g!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora