Capitolo Quattro:

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R.A.B:

- Sabe quando você disse que tinha algo pra me contar, eu não imaginei que o 'algo' fosse a possível causa das nossas mortes.

Foi a exatamente pronúncia que saiu dos lábios da minha amiga, quando terminei de narrar tudo o que descobri ontem.

Fazia cerca de uma hora desde o momento em que cheguei na cafeteria onde marquei para encontrar minha amiga. Para minha total surpresa, ao chegar no local, Dora já estava aqui, sentada na mesma mesa onde costumávamos sentar quando vínhamos aqui no começo das férias.

A loira parecia prestes a ter um colapso nervoso quando sentei na cadeira a sua frente. A única coisa nos separando era o extenso balcão entre nós. - Que estava vazio, pois todos as outras pessoas que comiam aqui preferiam sentar na mesas normais do reestabelecimento.

Eu não poderia julgar minha melhor amiga por seu nervosismo quando cheguei no local. No final das contas, ontem quando lhe mandei o bilhete pedindo para que nos encontrássemos. A mesma imediatamente aceitou, sem ao menos questionar o porquê de desse encontro repentino.

Seu pequeno e silencioso surto de pânico agora que eu tinha lhe contado tudo de forma resumida. Era mais do que aceitável ao meu ver. Assim como sua primeira reação quando terminou de falar tudo o que tinha para lhe contar.

"Sabe quando você disse que tinha algo pra me contar, eu não imaginei que o 'algo' fosse a possível causa das nossas mortes."

De fato. Sua reação estava sendo melhor do eu imaginei ontem. Dora diferente de mim nunca foi inclinada ao drama, segundo ela esse sentimento provavelmente era único dos Black.

- Se serve de consolo, antes de ontem eu nunca pensei que tio Alphard tinha passado tudo isso antes de partir. - Dei uma pausa fazendo uma careta dolorosa. - Isso me torna um péssimo sobrinho, né?

A loira pareceu indignada com minha fala, o fato dela ter batido na lateral da minha cabeça mostrava isso. Grunhi baixinho pela dor.

- Retira o que você agora! - Engoli em seco mostrando certa receio da sua aparente raiva. - Merda, Reggie! Você literalmente acabou de me falar que vai tentar derrubar a porra de um lorde das trevas apenas para honrar a merda da memória do seu tio, de uma desconhecida que era a noiva de Alphard e do seu primo de seu lá quantos graus!

Fiz uma careta. Quando ele colocava dessa maneira, meu questionamento anterior parecia realmente uma loucura. Quase uma lástima.

Porque é. Ignorei a tom óbvio do meu subconsciente que se parecia com a voz de Dora.

- Talvez eu seja um bom sobrinho. - Resmunguei bebendo um pouco do meu chocolate quente. - Satisfeita?

- Não. - Revirei os olhos vendo minha amiga bufar. - Como vamos fazer isso, Reggie? É perigoso.

- Perdão. Você acabou perguntar como faremos isso?

Os olhos de Dora se estreitaram em aborrecimento.

- Eu vou te ajudar! Você não pensou que eu iria ficar calado e parada enquanto você praticamente caminha para a morte, né?

Balancei a cabeça em negação. Se pensasse dessa forma, eu ao menos estaria contando tudo pra ela.

- Claro que não! Só não imaginei que você fosse literalmente querer fazer parte de tudo. Quer dizer... É muito perigoso loirinha.

- Está me subestimando? - Arqueou as sobrancelhas. - Não confia em mim? Presumiu que eu sou tão má amiga para ficar de braços cruzados sem fazer nada ou só participar de poucas coisas?

Hearts At War - StarchaserOnde histórias criam vida. Descubra agora