Capitolo Undicesimo:

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R.A.B:

- De onde tirou todo esse senso provocativo, James? Até onde observei desde o primeiro ano, você não era assim.

A cabeça do Potter imediatamente se voltou na minha direção. Um enorme sorriso crescia em seus lábios de forma quase marota. Combinando perfeitamente com o reluzir travesso das suas íris azuis. Engoli em seco ao perceber sua futura provocação, antes mesmo da pergunta sair dos seus lábios.

- Isso quer dizer que você tem me observado, Regulus?

Meus lábios se entreabriram ao mesmo tempo em que minhas bochechas adquiriram uma coloração rubra. Merda!

Abri a boca pronto para negar e desviar o assunto de forma sutil, porém nenhum som saiu dos meus lábios. Ao que parece a minha vergonha havia me deixado sem a capacidade de falar. Engoli em seco fechando a boca. Optando em apenas fazer uma careta.

James riu me dando um peteleco na testa. Grunhi irritado com o gesto.

- Eu estava brincando, anjo. - Exclareceu. E mais uma vez a sensação de ser chamado de 'Anjo' voltou.

Não pude deixar de me perguntar se a sensação seria a mesma caso outra pessoa me chamasse assim. Mudei o rumo dos meus pensamentos ao perceber que mais uma vez, eles trilharam um caminho que eu não queria seguir. Ao menos, não agora.

- Anjo? - Questionei, era a primeira, agora segunda, que James se referia a mim dessa forma.

Desse vez, foram as bochechas do Potter que coraram. Ao menos, o foco da nossa conversa, era outro agora.

- É seu novo apelido. - Respondeu naturalmente apesar de estar com o rosto minimamente avermelhado.

Revirei os olhos.

- Eu já tenho um apelido, James.

O Potter, entretanto apenas encolheu os ombros sem me olhar, o mesmo estava jogando pedrinhas no lago de forma distraída. Segui seu exemplo, vendo o canto da boca do moreno ao meu lado, se erguer em um meio sorriso discreto.

- Eu sei. Mas todo mundo te chama de 'Reggie' ou por outro apelido associado ao seu nome. - Deu uma pausa. - E eu quero te chamar de algo único. Que apenas eu possa falar sem que pareça estranho.

Ele não estava errado. Eu tinha o leve pressentimento de que se outra pessoa se atrevesse a me chamar de 'Anjo' sem ser James, seria estranho. Quase errado. Eu não sabia ao certo, mas por mais que esse apelido fosse novo, minha pessoa tinha a leve sensação de familiaridade com essa palavra referida a mim pelos lábios do Potter.

Quase como se isso já tivesse ocorrido repetidas vezes em vários universos alternativos ou em outras vidas.

- Mas porque justamente 'anjo'? - Perguntei virando o rosto para ele.

O moreno fez o mesmo, antes de sorrir pra mim com suavidade e desviar o olhar com as bochechas levemente coradas.

- Não sei. Apenas parece adequado, como uma tradição que não deve ser quebrada. - Ele parecia confuso também. - Eu gosto do apelido, e você?

Dei um curto sorriso ao jogar outra pedra no lago.

- Eu gosto também, Bae.

James riu balançando a cabeça em negação, um sorriso genuíno, que iluminava mais seus olhos, rasgava sua face, apesar dos seus brilharem em confusão.

- O que significa? - Questionou. - E por que, Bae?

Encolhi os ombros sorrindo travesso.

- Se você pode me chamar de um apelido original, eu também posso. Sem falar que eu vou alternar entre Bae e Jamie. E respondendo a primeira pergunta, não vou te dizer.

Hearts At War - StarchaserOnde histórias criam vida. Descubra agora