01. Nada é o que parece ser

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Meses se passaram desde a morte do velho Gui, mesmo assim, Janice cintinuava abalada com a morte do seu pai, e o mesmo acontecia com a sua filha Lorena. Assim como o Daniel, o Gabriel e o Rafael, Lorena gostava de surfar e de lutar, mas o seu grande sonho mesmo era atuar igual a Patricia Lopo, a sua maior inspiração. O casamento de Janice e Marco não ia bem, justo quando Raquel estava terminando de se separar do Bira, com quem ela teve um filho chamado Leonardo, com quem Lorena sempre implicava e vice versa. Janice voltou a se sentir mal e imunda, pelos sentimentos que voltou a sentir por Raquel, assim que a viu no velório do seu pai, tão linda de preto, quase igual uma artista de cinema, sendo uma das melhores escritoras do novo milênio, tendo publicado cinco livros, dentre eles, o que uma mulher se apaixona por dois homens ao mesmo tempo. Marco Antônio, ou Tony, como Janice o chamava já não era mais o mesmo, o romantismo dele parecia ter acabado e no lugar dele estava um homem que Janice não conhecia mais, alguém capaz de bater nela, por causa de ciúmes excessivos, ela estava na mesma situação que a Raquel esteve um dia, quando foi casada com o Gerião. Só que Janice tinha uma filha com o Marco Antônio, e não se separava por causa dela, porque tinha medo que Marco fizesse alguma coisa contra ela, ou até mesmo contra a Lory, a pessoa que ela mais amava em sua vida. Clarice logo percebeu que Janice não estava nada bem, mas a gravidez da Nininha meio que a pegou de surpresa. Pegou a todos de surpresa, e Clarice acabou se esquecendo de ter uma conversa muito séria e necessária com a sua irmã mais nova.

Janice acabou voltando a trabalhar com o Xande, e a Eleonora, mas ela não tinha mais o mesmo brilho de antes, e vivia sempre tomando banho, mais até do que antes. Além de usar maquiagens cada vez mais escuras e roupas compridas, até mesmo no calor, para encobrir as suas lesões. E quando alguém via e perguntava, ela sempre dizia que caiu da escada, que tropeçou em alguma coisa, que bateu o rosto na porta de casa. Desculpas essas mais do que conhecidas por todos, mas ninguém questionava nada, sobretudo a mãe de Janice, Beatriz, que considerava Marco Antônio, o genro dos sonhos, sendo cega a todos defeitos dele. Vendo defeitos apenas na sua filha, que para a mesma sempre foi muito problemática, as vezes até demais, bem na realidade.

- Acho bom não passar na casa da sua amiga, a tal Raquel, depois do trabalho, Janice - Diz Marco fazendo alguns trabalhos no seu notebook, bastante centrado - Não gosto dela, e ela não gosta de mim. E nem adianta ir lá, e mentir para mim, mesmo porque, eu saberei se você for - O sotaque português dele estava cada vez mais acentuado - Estamos entendidos, Janice? Ou não?

- Sim, não quero te ver bravo igual ontem a noite, quando você bebeu demais - Suspira, colocando seus óculos escuros para cobrir o seu olho roxo, que nem com muita maquiagem deu para esconder direito - Aliás ultimamente, você sempre bebe demais, e eu não gosto nada disso.

- Espero que isso não seja uma queixa da sua parte, Janice - Ele estreita os seus olhos, mas logo muda de semblante ao ver sua filha saindo do quarto, prestes para ir para o quiosque da Teresa, onde a mesma trabalhava em suas férias na faculdade de medicina, que era uma imposição do seu pai - Olá meu pequeno raio de sol, você dormiu bem, princesa?

- Olá papai, mamãe, eu dormi como um anjinho - Ela vai até os dois, e os abraça - Pode me dar uma carona mãe? É que minha moto ainda tá na oficina, e é meio longe daqui até o quiosque da dona Teresa.

- Claro que sim, Lory - Diz Janice pegando a sua bolsa - Vamos, não quero chegar atrasada no trabalho de novo, filhota.



A vida de escritora não estava sendo exatamente como Raquel imaginava, não havia glamour nenhum nela, principalmente devido ao seu bloqueio criativo. Ela tinha um livro para escrever em um prazo bastante apertado, e no entanto, a mesma não sabia o que escrever e nem tão pouco como começar a sua história. E para piorar tudo, a volta da Janice a fez sentir algo que ela julgava morto e enterrado no mais íntimo do seu ser. Depois de fumar mais um cigarro, o que sempre a acalmava depois que feu entrada no pedido de divórcio, que até que foi razoavelmente amigável, levando em conta que o Bira e ela não se amavam mais, e talvez nunca tenham se amado de verdade. Já que Raquel só ficou com o Bira, porque não pôde ficar com a pessoa que ela realmente amava, era um amor proibido, por isso não deu certo, e nem poderia, levando em conta a mãe da pessoa que Raquel amava, que jamais a aceitaria.

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