07. Verdades jogadas no ventilador

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Já fazia meses que Conrado não aparecia na faculdade e nem tão pouco pagava a mensalidade da mesma, Jonas sabia disso, mas não disse nada a Lucia, para não a desapontar ainda mais do que, ela já estava desapontada com o Conrado. Jonas precisava ter uma conversa muito séria de homem para homem com o seu enteado, ou melhor dizendo, de homem para moleque, já que o Conrado assim como o pai canalha dele, não honrava as calças que vestia. Conrado por sua vez, ele odiava o Jonas, apesar do mesmo sempre fazer de tudo e mais um pouco, para o fazer feliz. Conrado era tão demente quanto o próprio pai, talvez até bem mais do que ele. Isso sem contar a obsessão que o mesmo tinha por Mariana Luz Avelar, a mesma obsessão que um dia, o pai dele, o facínora Vitor Lopo Júnior teve pela mãe dela, a Clarice Luz. Enquanto pensava nisso, Conrado apareceu na sala com os seus olhos vermelhos e com um ar de quem passou a noite inteira acordado fazendo o que não devia. Ele tinha contato com todo tipo de gente do submundo do crime, principalmente com agiotas e traficantes barra pesada. Algo que, sem a menor sombra de dúvidas, era muito perigoso tanto para ele, quanto para a família dele. Família essa, que ele mal considerava como sua. Na verdade, ele os desprezava, só por eles serem como eram, por assim dizer. Mas apesar de todos os defeitos de Conrado, Jonas o amava como se ele fosse seu filho, sendo mais do que um pai para ele. Apesar do mesmo ser filho de quem era, e ele fazia isso, principalmente por amor a sua esposa, que amava aos três filhos de modo igual, apesar do Conrado ser o fruto de uma violência, sendo assim, o filho de um psicopata homicida.


Só de olhar nos olhos de seu padrasto, Conrado soube que estava encrencado, sendo que o mais velho estava com um ar bastante sério. O ar de quem iria dar uma bronca em alguém a qualquer momento, e isso não era nada bom para o mais jovem, que muitas vezes se achava acima do bem e do mal, só por ser quem era, um Lopo, ou melhor dizendo, um lobo em pele de cordeiro. 

- Aff, conheço essa cara - Diz Conrado colocando um par de óculos escuros, e prestes a acender um cigarro, algo que Jonas impede que ele faça - O que foi agora Jonas?

- Faz mais de seis meses que você não comparece na faculdade e nem tão pouco paga o curso de direito em dia e renova as matrículas - Ele estava tentando se manter calmo a todo custo diante do mais jovem - Quando ia nos contar que foi expulso da faculdade Conrado? Quando?

- Vê se me erra Jonas, você nem é o meu pai de verdade, é apenas o marido da minha mãe e o pai dos meus irmãos, só isso - Diz isso fazendo pouco caso do mais velho - Então na moral, só para de se meter na minha vida, pode ser? Ou tá difícil, Heim?

- É, você tem razão, eu não sou mesmo o seu pai biológico - Diz ele, bastante pensativo - Já que na verdade, eu tenho sido muito mais que um pai pra você, sempre limpando as suas bagunças, mas sabe do que mais? Eu não vou mais fazer isso, juro a você que não, Conrado - Nisso a campainha toca e Jonas vai atender e para a sua surpresa era o Daniel - Oi Daniel, tudo bem cara? - Nisso Daniel vai até Conrado e lhe dá um soco no rosto que o faz cair no chão - Imagino que esse soco tenha sido mais do que merecido, não é mesmo, Conrado?

- Fique longe da minha filha seu playboyzinho de quinta - Diz Daniel com muita raiva em sua voz - Não permito que você faça com a Nininha o que o seu pai tentou fazer com a minha mulher, seu moleque mimado.

- Você é louco, isso sim - Diz Conrado se levantado do chão - Eu posso te processar por isso, sabia?

- Jonas cuide muito bem desse seu enteado - Diz Daniel prestes a ir embora dali - E só pra avisar, a Nininha, ela tem uma medida protetiva contra você, isso caso queira bancar o esperto e ir atrás dela.

- Francamente Conrado - Diz Jonas após Daniel ir embora - Você bem que poderia ter nos poupado dessa vergonha de agora há pouco.

- Não se mete nisso, Jonas - O olho dele estava começando a inchar e o lábio inferior dele estava sangrando - Isso é claro, se você sabe o que é melhor pra você, ô coroa.

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