<<Fora da casa>>
-*Acabou. Com a morte dessa velha finalmente vou alcançar o cargo de maga suprema dessa vila, e subir pro Reino, e sair dessa miserável e mesquinha Vila.*-pensava Sayaku feliz enquanto olhava para casa incendiando.
Enquanto isso, ela ouvia vários múrmuros vindo dos aldeões que estavam aí. Coisas como:
-Será que fizemos bem?
-Ela não era uma boa pessoa?
-Mereceu, tentou ganhar ainda mais destaque envenenando o lago e curando pra ter mais seguidores.
-Talvez ela quisesse dar um golpe de estado e se tornar a nova líder da Vila.
-Que Mulher falsa.O povo murmurava várias coisas enquanto assistiam o fogo a consumir a casa.
-Olhem, tem algo saindo da casa!-Gritou um dos homens que estava perto da casa.
-*Impossível. Não. Sem chance. Ela não ia conseguir sobreviver a isso, ela estava muito doente, como assim tem algo saindo da casa?*-pensava Sayaku.Isayama sai de dentro da casa, cabisbaixo e sem qualquer emoção, enquanto olha para o povo. A multidão espantada não acredita no que vê e muitos começam a pensar:
-*Um demónio,só pode ser isso.*
-*Como ele tá vivo depois de sair da casa em chamas*.Sayaku estava totalmente desesperada, pois não acreditava no que via, já que ela achava que seus capangas se encarregaram de silenciar o Isayama.
-Olhem, ele está carregando uma espada na mão, com certeza veio em busca de vingança.-gritou sayaku.
-Ei garoto, se entregue sem qualquer problema, e talvez poupamos a tua vida.-disse um dos aldeões à Isayama, enquanto o mesmo tentava colocar as mãos nele.
-*Como ele sobreviveu não importa, agora ele vai morrer mesm...-pensava sayaku enquanto seu pensamento foi interrompido.A Sayaku acaba de presenciar uma cena chocante, ela vê o homem que tentou pegar Isayama sendo cortado ao meio. O homem gritava de dor, enquanto via seu próprio sangue jorrando do seu corpo como se fosse uma torneira, e segundos depois ele cai no chão morto.
Isayama começava a marcar passos em direção ao povo olhando com rancor nos olhos e sede de sangue.
-A-Apanhei-no, ele é só um garoto!-gritou a Sayaku.Toda multidão partiu para atacar Isayama, e o mesmo cortava e retalhava todo mundo, com a mesma expressão de vazio, como se a humanidade dele tivesse sido obliterada. A multidão atacava o Isayama, e o mesmo dizimava todo mundo que aparecia em sua frente. Quando a multidão percebeu o perigo da situação, todos começaram a fugir do Isayama, em várias direções diferentes, gritando:
-Fujam!!
-Ele está louco!!
-Ele é um demônio!!A multidão gritava e corria aos prantos enquanto tentavam escapar do Isayama que se aproximava mais e mais deles.
Um dos homens que servia a Sayaku consegue bloquear um dos golpes de Isayama fazendo o mesmo recuar. Ele olha para o Isayama e diz:
-Que aberração é você? Mereces a morte igual a sua mãe.Isayama mantinha a mesma expressão vazia, e num piscar de olhos ele movimenta-se rapidamente em direção ao homem, simulando um golpe, e em seguida flanqueando o homem e enfiando a faca por trás.
-*gritos de dor* V-você não é humano...O homem cai morto.
O Isayama estava manchado de sangue por todo o corpo, cobrindo parcialmente a cara e sujando suas roupas. Mas, nenhum desse sangue era dele.
A Sayaku, que estava numa distância segura, presencia esse momento do Isayama cortejando um dos guardas do vilarejo. Nesse mesmo momento a Sayaku começa a ter memórias. Memórias de um dia traumatizante dos seus tempos de infância. Um dia em que muitos dos familiares da Sayaku perderam a vida durante uma invasão de um inimigo de guerra, e a Sayaku, ainda uma criancinha, presenciava cada membro da sua família sendo dilacerado sem piedade. As memórias que a Sayaku trouxe de volta deixaram ela paralisada de pavor, o seu trauma a impedia até de se mexer.
Segundos depois um dos guardas pessoais da Sayaku grita para ela:
-Senhora Sayaku!! Ele está indo para a direção do portão principal, onde estão todos os habitantes tentando fugir. Nós temos de fazer alguma coisa!!
-*Papai...Mamãe...Tio Nell...Irmãozinho...Por favor...NÃO MATE MINHA FAMÍLIA!!!!*A Sayaku começava a desabar em choros ainda mantendo a paralisia. Ela não conseguia raciocinar, ela não conseguia ver direito, ela só conseguia ter visões da sua família sendo cortejada bem na sua frente. Ela vira a cabeça lentamente para a direção do homem que estava gritando pra ela há pouco.
-Guilbert...Por favor...*Choros* Me tire daqui...Por favor.
-S-senhora Sayaku, está tudo bem com a senhora?Ela não respondeu, apenas fixava seus olhos cheios de lágrimas com uma expressão de insuficiência nos olhos do Guilbert.
-O-okay, às suas ordens, senhora Sayaku.O Guilbert segurou a mão direita da Sayaku e a levou para uma casa vazia do outro lado do vilarejo.
-Aqui estamos seguros senhora Sayaku.Ele larga a mão da Sayaku, e a mesma senta no chão se apoiando à uma das paredes e com as mãos sobre os joelhos.
-O-obrigada...Obrigada Guilbert.
-*É a primeira vez que ela me agradeceu*-pensou o Guilbert.-Não precisa me agradecer senhora Sayaku, eu vou ficar aqui para proteger a senhora.Ela acena com a cabeça e continua com a mesma posição, e o Guilbert está de pé olhando para fora de casa.
O Isayama após alcançar o portão principal continuou a fazer o seu massacre em todo o povo do vilarejo Hinora, cortejando todos, tirando vidas inocentes, causando o caos total enquanto se ouvia gritos de dor e de desespero vindos da multidão, enquanto o Isayama mantinha sua expressão vazia.
No meio da multidão havia um homem e uma mulher, ambos de meia idade, fugindo segurando uma criança de cabelos castanhos. O homem levava a criança no colo enquanto corria muito rápido junto da mulher. Eles e mais umas quantas pessoas da multidão conseguiram sair do portão, e sem perder tempo todos correram em direção à floresta. Eles corriam e corriam, enquanto ouviam os passos rápidos do Isayama, que estava com ainda mais sede de sangue. O Isayama começara a alcançar algumas pessoas, e dilacerava as mesmas. O homem, a mulher e a criança fizeram um desvio, tentando despistar o Isayama. Infelizmente, isso foi uma má ideia, porque enquanto eles corriam por esse novo caminho que eles tomaram, eles se depararam com uma grande cascata, e se fizeram num beco sem saída.
-O que fazemos Luciano?? Isso é um beco sem saída e ele está se aproximando!!-gritava a mulher com lágrimas em seus olhos.
-E-eu não sei Amanda...Enquanto o Luciano e a Amanda conversavam desesperados, a criança, que estava de pé a frente deles, só observava eles, sem entender nada do que estava acontecendo.
-Papai? Mamãe? O que se passa? Porquê a mamãe tá chorando?Eles param de conversar, a Amanda olha para a criança com um sorriso forçado e os olhos cheios de lágrimas e diz:
-Dante, meu filho, saiba que eu e o seu papai sempre te amamos e te protegemos de tudo, e vamos continuar te protegendo, tá bom?
-Como assim mamãe? Porquê tá me dizendo essas coisas mamãe?
O Luciano abaixa-se, põe a mão na cabeça da criança e diz:
-Eu quero que me prometa algo Dante. Se você viver, eu quero que honre a nossa família, e busque vingança, por mim, por sua mãe, e por seu irmão. Eu quero que me prometa isso Dante.Os olhos do Dante encheram-se de lágrimas enquanto ele olhava para os seus pais, com uma sensação de que talvez seja a última vez que ele os verá.
-Papai...*Choros* O que você quer dizer com isso papai...? *Choros* Por favor não me deixem sozinho.E a última visão do Dante, é de ver seus pais com um sorriso cada um, enquanto escorria uma lágrima no olho de cada um, e sendo empurrado pelo seu próprio pai do precipício. Enquanto ele caía, o Dante via, em câmera lenta, seu pai sendo decapitado com um só corte, e sua mãe sendo decepada completamente, tendo todos os seus membros corporais cortejados, e em seguida ele viu um rapaz, de cabelos e olhos ambos pretos, demonstrando um vazio puro em seu olhar. O Dante cai na água, e as suas últimas palavras antes de ficar inconsciente foram:
-Papai...Mamãe...Eu vou vingar vocês...