Capítulo 36

3 1 0
                                    

Depois de um tempo passado após aqueles acontecimentos, Maya se encontrava de pé em um beco bastante estreito e de difícil acesso. Ela parecia estar esperando por algo ou alguém.

Sem que tivesse se passado muito tempo, começou-se a ouvir passos humanos vindo da outra entrada do beco. Os passos foram ficando mais e mais altos, enquanto ecoavam levemente no ambiente em questão. E depois de uns segundos, finalmente revelava-se o ser que estava caminhando.

Zettel entrou no beco e se posicionou de pé em frente à Maya, segurando uma espécie de chave em sua mão direita. Maya esboçou um sorriso.
-Oraaa!! Até que enfim Zettel!
-Você não tem ideia do quão difícil foi passar pelos guerreiros daqui. Tava todo mundo a minha procura.-Zettel demonstrava ansiedade em sua expressão facial.
-Mas a gente sabia que você conseguiria a confiança deles e nos traria a chave Earth. Obrigada!
-Calma lá, nós temos um acordo. Você não se esqueceu, certo?
-Claro que não! Afinal de contas fui eu quem os capturei mesmo.

Maya começou a caminhar lentamente enquanto falava. E quando ela chegou perto o suficiente, ela abraçou o Zettel e disse:
-Mas você tem razão, nós temos um acordo, e a minha família não é de quebra-los. Como prometido, sua família será libertada do cativeiro, e nós não encostaremos um dedo em ninguém. Nem na sua mãe, nem no seu pai, nem no seu irmãozinho.

O que o Zettel sentiu após ouvir aquelas palavras vai muito mais além da compreensão humana. Ele esboçou um sorriso enorme e de alívio, ele começou a chorar de alegria enquanto era abraçado pela Maya. O Zettel sentiu um vislumbre, uma luz no fundo do túnel. Todo seu esforço durante todos esses anos foram finalmente retribuídos. Sua família estava a salvo. Porém, esse vislumbre não durou muito tempo. Em meio a uma tempestade de emoções felizes, Zettel sentiu uma dor estranha na sua barriga, como se algo o tivesse penetrado naquele lugar. E quando ele olhou para ver o que era, ele percebeu que a mão de Maya, que estava cobrida desde o antebraço por uma espécie de espinho de água, atravessou a barriga de Zettel, perfurando completamente e criando um buraco naquela região do corpo dele.
-Porém, você não vai viver para ver isso acontecendo. Até porque... Em nenhum momento de nosso acordo, eu te disse que você também estaria a salvo, assim como eles.-Maya esboçava um sorriso encantador e ao mesmo tempo perturbador enquanto dizia essas palavras.

Zettel cospe sangue. Foi tudo tão instantâneo. Ele não conseguia processar. E quanto mais ele tentava entender a situação, mais fraco ele ia ficando e mais sangue ele ia perdendo. Ele tentava falar, mas as palavras não saía. Ele estava tão fraco que a única coisa que o mantía de pé era o braço de Maya que o segurava, enquanto ela esboçava um sorriso inocente.
-Não se preocupe, nada disso terá acontecido. Seus esforços serão reconhecidos pelo nosso grande senhor, Rell.

Maya larga o corpo de Zettel, e o mesmo cai no chão completamente cheio de seu próprio sangue. Maya olhava para a chave com um brilho em seus olhos. Ela estava vislumbrada com o que via. Em seguida ela guardou a chave em um dos seus bolsos.
-Ebaaa!! Missão cumprida!! Está na hora de dar o sinal.

E após estas palavras, Maya eleva um pouco sua mão direita, e em seguida uma poça de água é formada ao redor da mesma. Poucos segundos após essa poça de água ter sido formada, inúmeras bolhas de água pequenas começaram a emergir dessa mesma poça. Não demorou muito até que várias bolhas de água emergidas naquela poça se espalhassem em todos os cantos e ruas de Terraria.
-Pronto! Agora eles saberão o que fazer.

Enquanto isso acontecia, em um outro local do reino, as Três Irmãs de Batalha combatiam parelhamente contra o Bakemono. O Bakemono estava de pé, ainda com o revestimento de pedra em seu corpo, enquanto as três figuras se encontravam também todas juntas de pé à uma distância segura de Bakemono.
-Depois da batalha que tivemos até agora, deu pra entender como a vila Aurora foi destruída por vocês.
-O sistema de informações de Terraria não é pouca coisa mesmo.
-Porquê vocês fizeram isso?
-Porquê te daríamos informações?
-É escolha vossa falarem agora ou quando estiverem na sala de interrogatório.
-*Risadas altas* É muito fofo ver que ainda possuis alguma esperança em teu coração. Uma pena que ela não servirá de nada.

No mesmo instante, a mulher que empunhava a lança impulsionou-se em direção ao Bakemono atacando com ataques perfurantes, ao passo que o mesmo desviava-se dos golpes enquantos dava passos para trás para se afastar da mulher. Enquanto ele desviava e recuava, Bakemono acaba percebendo uma pequena brecha proveitosa para ele, então no mesmo momento ele tenta atacar a mulher com a sua espada. Porém, antes mesmo de ele conseguir realizar o ataque, aparece uma outra mulher com duas espadas por detrás do Bakemono e essa mulher realiza dois ataques usando cada uma das espadas dela, e esses mesmos golpes foram tão fortes ao ponto de perfurar a armadura do Bakemono e ferirem as costas do mesmo. O Bakemono, percebendo a situação desvantajosa que se encontrava, deu um salto, se afastando das duas mulheres, mas que por azar surgiu uma outra mulher por detrás do mesmo, em pleno ar, com duas adagas preparada para atacar. Assim que o Bakemono chegou perto o suficiente da mulher, a mesma ataca rapidamente usando uma de suas adagas. O Bakemono consegue desviar do ataque, porém não consegue repetir o feito pela segunda vez, fazendo com que ele sofresse um golpe na região do peito.
-Muito superficial. É só isso que vocês três conseguem fazer?
-* Pequenas risadas * Depois não implore por misericórdia.

Ainda no ar, Bakemono canalizou mana na sua espada, projetou e atacou com toda força a mulher, porém ela foi mais rápida e conseguiu bloquear o golpe com a suas duas armas, e em seguida ser arremessada para o chão evitando maiores danos.

Bakemono sentiu um certo arrepio em seus dois antebraços e, assim que ele pousou, o mesmo pensou:
-*Essas armas... Parece que elas emitem uma forma de energia diferente da mana. No momento que a minha canalizada entrou em contacto com as adagas dela, ela foi repelida... Essas mulheres são um grande problema, tenho que terminar as coisas aqui e achar o príncipe.*

Em seguida Bakemono olhou em direção às três mulheres, todas juntas olhando diretamente para ele, e disse:
-Vocês realmente são guerreiras que merecem elogios, mas essa luta acabará agora.

O Bakemono então levantou sua mão direita e bateu no chão usando a palma da mesma mão, e no momento que ele fez isso, a terra naquele espaço começara a tremer sem parar, e o corpo do Bakemono estava sendo revestido por pedaços de rochas, formando uma armadura muito maior do que a anterior. E para além disso, até sua espada tinha aumentado de tamanho também, se igualando ao tamanho colossal que seu corpo atual estava. Dentre as três mulheres, uma delas soltou um leve sorriso, uma apresentava uma expressão de deceção, e outra não demonstrava qualquer emoção.
-*pequenos risos* Então pensas em finalizar essa luta se transformando em um alvo ainda maior?
-Que pena, achava que Terraria era melhor que isso.
-Vamos finalizar essa luta e ir embora.

Disseram cada uma das mulheres.
-É o que veremos, senhoras.

O corpo enorme de Bakemono impulsiona-se em direção às três mulheres em um milésimos de segundos e, empunhando sua espada canalizada ainda mais, realiza um único ataque horizontal, devastando toda aquela área. As três mulheres desviaram-se do golpe frontal saltando para trás porém, ainda com elas no ar, Bakemono ataca novamente verticalmente, fazendo com que várias rochas saltassem na direção das mulheres.
-*Se o meu último ataque não finalizar a luta, terei grandes problemas. Gastei muita mana nesses dois primeiros, depois do terceiro minha mana estará totalmente esgotada. Só morram, por Terraria.*

Foi então que Bakemono eleva novamente sua espada, canalizando ainda mais mana e pronto para realizar mais um golpe vertical. Porém, segundos antes de ele conseguir fazer isso, o mesmo acaba sentindo algo. Uma sensação parecida com dor. Duas das irmãs, a que empunhava duas espadas e a que empunhava duas adagas, realizam cada uma cortes horizontais, com suas respetivas armas imbuídas de uma certa energia difícil de compreender. E após os ataques das duas mulheres, a terceira mulher surge por cima de Bakemono e, empunhando sua lança imbuída com a mesma energia estranha, golpeia verticalmente o Bakemono, destruindo completamente sua armadura que já estava caindo aos pedaços, e fazendo com que o mesmo caísse e ficasse inconsciente. As irmãs se aproximaram do Bakemono caído, e uma delas diz:
-Nossa, Shira, seu último ataque com a lança deixou uma ferida bastante feia nele.
-Mas é claro. Vocês, Mei e Yui, criam a brecha e eu termino o trabalho, como o habitual.

Enquanto as irmãs conversavam, as mesmas começaram a notar a presença de várias bolhas de água, que tomaram todo o local.
-O sinal da Maya, parece que terminamos por aqui.
-Vamos voltar meninas. Por caos e por Gaia.

As outras duas mulheres acenaram com a cabeça e começaram a sair do local, deixando Bakemono naquele estado deplorável.

Gaia-The Beginning of the End Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora