Capítulo onze

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Nina está se divertindo na piscina enquanto seu pai tenta conversar com sua avó, por mensagens de texto. Pego um chá gelado para nós e entrego a ele o seu copo. Ele esboça meio sorriso e volta toda a sua atenção para o aparelho celular a sua frente. Sento-me no beiral da piscina e coloco minhas pernas para dentro da água.

— Tia você não vai entrar?

— Não meu amor! A tia está vigiando a porta.... Você está gostando daqui?

— Estou sim, mas quero ir até o castelo da Cinderela. E também quero ver minhas princesas favoritas.

— E quais são elas?

— A Cinderela que eu já falei, aí tem a Merida, a Rapunzel, Ana, a Ariel e a Bela... Eu também gosto das outras, mas essas são as minhas preferidas.

— Achei que você ia dizer que gosta da Elsa — ela me interrompe.

— Eu adoro a Elsa.

— E por que ela não está na sua lista de princesas favoritas?

— Por que ela é uma rainha, tia — escuto Roger rindo baixinho bem atrás de nós. — E não uma princesa. — Ela completa.

— Ah tá. Esqueci esse detalhe.

— Ela está te dando aulas de quem é princesa e quem é rainha e quem não é nadinha? — Ele pergunta.

— Mais ou menos isso. — digo.

Roger se senta ao meu lado e sem que Nina veja, beija meu ombro fazendo meu corpo todo arrepiar.

— Está tudo bem no Brasil? — pergunto.

— Sim. Falei com o Théo e eles mandaram um beijo.

Meus pensamentos divagam na possibilidade do Roger ter contado ao Théo o que rolou entre a gente. E mesmo que eu saiba que isso vai acontecer, uma hora ou outra, não sei ao certo o que pensar ou imaginar.

— Eles estão bem? — pergunto.

— Sim! Estão voltando daqui dois dias... Filha aí é fundo, vem pra cá.

***

Roger senta-se ao meu lado no sofá da sala de TV e pega minha perna, colocando-a em cima das suas, massageando-as fortemente.

— Meu chumbinho está dormindo feito uma pedra — ele diz e sorri.

— Também pudera, ela aproveitou o final de tarde e início da noite todo na piscina. E quando foi deitar já estava bem tarde. Sem contar que a viagem é cansativa.

— Obrigado pela recepção com ela, pelo bolo...

— Ela disse que o bolo estava maravilhoso — sorrio.

— E estava mesmo. O jantar também estava uma delícia.

— Obrigada. — Ele pousa sua mão em minha coxa e diz:

— Eu percebi que você correu de mim a tarde toda. Vi também que entregaram algo da farmácia. — Ele indaga.

— Sua filha esteve nos observando atentamente, caso não tenha percebido. E eu comprei algumas coisas que estavam faltando aqui. — Resolvo não entrar em detalhes.

— Pensei que tinha acontecido algo... E Nina passou o tempo todo brincando não tinha o porquê fugir de mim...

— E prestando a atenção no que fazíamos. Eu já fui uma criança curiosa, Roger, e sabia exatamente quando a amiga do meu pai era na verdade sua namorada da vez. Não que estejamos namorando, mas ela sacou que existe algo no ar.

— Você acha minha filha tão inteligente assim?

— Sim! Ela é muito mais inteligente do que você imagina.

— Então vou ter que concordar. Ela me perguntou se estamos namorando, por que segundo ela, nós dois estamos com cara de príncipe e princesa quando se apaixonam — eu gargalho e ele me puxa para mais perto de seu corpo. Colocando-me em cima de seu colo.

Roger aperta firme minha coxa e mordisca meu ombro, arranhando sua barba em minha pele.

— E eu confesso que estou adorando ficar assim com você. — Ele beija meus lábios enquanto vai me deitando no sofá.

— Também estou.

Roger deita-se sobre meu corpo e eu deslizo minha mão direita até o cós de sua calça do pijama. Ele distribui beijos em meu pescoço e segura meu rosto com uma das mãos.

— Que foi? — pergunto beijando sua mão.

— Só guardando na memória esse seu sorriso.... Vem... — ele levanta e me puxa.

Estávamos subimos as escadas quando abruptamente a porta de casa se abre. Levo um enorme susto ao constatar que se trata do meu pai aos beijos com loira de quase um metro e oitenta. Seria uma Angel?

— Pai?! — ele se ajeita parando no mesmo instante de beijá-la.

— Olá filha!

Roger ri baixinho ao ver meu pai tentando controlar seus instintos masculinos.

— Não achei que estivessem aqui. Vocês não iam para Orlando?

— Sim, nós iremos, mas não hoje. — digo.

— É... essa aqui é a Molly, minha... — ele a encara como se buscasse um termo.

— Hey! How do you do? (Ei! Como vai?).

— I'm fine... (Estou bem) — sorrio amarelo e encaro meu pai. — Esse aqui é o Roger.

— Seu namorado?

Roger e eu nos encaramos por míseros segundos.

— Ok! Não precisamos dar nomes. Eu entendo bem essas coisas.

— Não é nada disso, papai...

— Prazer meu caro. Espero que esteja fazendo minha menina feliz e mais ainda que tire algumas ideias dessa cabecinha. — Bufo internamente e Roger ri.

— Vocês podem ficar aí ou voltarem ao que estavam indo fazer. Vocês escolhem... Molly e eu iremos nos deitar. A viagem foi cansativa... — papai aperta a mão do Roger e bate em seu ombro e quando passa por mim beija meu rosto e diz:

— Bem melhor esse como genro, do que um vidrinho congelado... Love you, babe!

Sua boneca Barbie passa por nós e também nos cumprimenta com um sorriso enorme no rosto. Roger, logo após ouvirmos a porta do quarto do meu pai bater, me abraça e diz.

— Seu pai parece ser bem legal.... Vai desfaz esse bico... — ele beija meu queixo e me puxa me levando para o quarto.

Vidas Cruzadas ( COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora