Capítulo vinte e dois

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Roger preparou um belo banquete no melhor estilo senhor Carter.

— Ovos? — Roger pergunta no instante em que me vê entrar em sua cozinha.

— Ovos mexidos, cereais, iogurte, frutas, suco de laranja... É! Você passou muito tempo com meu pai.

Roger sorri sacudindo a cabeça em afirmação.

— Fico com o suco. — beijo seus lábios.

Meu celular começa a tocar e corro até a mesa de jantar para pegá-lo.

— Alô!

— Bom dia minha filha.

— Bom dia mãe, está tudo bem?

— Sim querida. Só estou ligando para saber se você quer almoçar comigo hoje.

— Claro que sim. Preciso mesmo colocar o papo em dia com a minha mãe. — sorrio.

— Nos vemos às 13 horas então... Naquele restaurante do shopping. Aquele que gosto, você sabe qual.

— Sei sim.

Desligo o celular e logo me vem à cabeça a necessidade em descobrir se estou ou não grávida. Entro no aplicativo de mensagens e envio uma mensagem para Carina.

Cá... vai fazer alguma coisa mais tarde?

Não demora muito e ela me responde.

Nada que não possa ser remarcado. Só vou resolver umas coisas agora de manhã e depois estou livre.

Eu combinei com minha mãe em irmos almoçar mais tarde e depois também estou livre. Que tal irmos lá pra casa? Tenho algumas peças de roupas para separar e levar para o QG...

Combinado então. — ela responde.

Roger se aproxima e beija a curva do meu pescoço.

— Está tudo bem?

— Sim. Estava só respondendo a Cá.

— Vamos fazer alguma coisa mais tarde? Você e eu.

— Claro! Jantar? Lá em casa?

— Perfeito! Agora vem comer alguma coisa.

Depois que tomamos nosso café, Roger me deixa em casa. Sigo para a cozinha, lá separo ingredientes para preparar o jantar de mais tarde. Logo após caminho até meu quarto e o celular de trabalho começa a tocar. Após resolver alguns problemas do QG meu celular pessoal toca.

— Alô...

— Oi filhinha é o papai!

— Oi pai! Está tudo bem?

— Sim meu amor. Estou ligando pra saber como vocês estão. Te achei meio borocoxô ontem quando nos falamos.

Ao fundo escuto muitas frases em português e fico confusa.

— Estamos bem pai. Onde o senhor está? Estou ouvindo pessoas falando em português.

— Estou naquela feira brasileira aqui de Miami. Vim comprar uns produtos orgânicos e alguns temperos do Brasil. — ele parece afoito ao me responder, mas conhecendo o pai que tenho melhor não entrar em detalhes.

— Ah sim!

— Bom, filhinha, era só isso que o papai queria saber, por hora.

Mais barulhos de trânsito, buzinas e pessoas falando em português começam a invadir a ligação.

— Pai o que está acontecendo? Onde você está?

— Fi... a liga... tá — a ligação começa a ficar horrível e em seguida cai.

Desligo o celular sem entender nada. Deixo-o em cima da cama e vou tomar um banho.

***

— Oi querida, como você está linda. — Mamãe diz no momento em que nos cumprimentamos.

— Não mais linda do que a dona desses olhos azuis que não foram passados a mim.

Sorrimos a duas ao nos abraçarmos.

Sentamo-nos em seguida.

— Já pediu alguma coisa? — pergunto.

— Um suco..., mas então, alguma novidade? Como estão as coisas desde o dia em que voltou? Já marcou consulta com sua médica?

— As coisas estão um tanto conturbadas, eu acho... marquei consulta para essa semana. Tenho me sentido estranha, então quero fazer exame de sangue.

— Estranha como, meu bem? — mamãe parece estar pisando em ovos.

Sabe quando a pessoa que está conversando com você parece estar escolhendo as melhores palavras para abordar determinado assunto? É assim que ela está agindo.

— Estranha mãe! Não estou me alimentando como deveria desde a viagem. Parei com os exercícios, me enchi de lanches e acho que isso está afetando meu organismo.

— Por falar e alimentação, como está o relacionamento com o seu pai?

— Estamos bem, tirando hoje mais cedo que ele me ligou e eu o achei um tanto quanto disperso, está tudo ótimo.

— Seu pai e eu temos conversado bastante, minha filha...

— Sobre?

— Sobre você, sobre sua viagem, sobre o Roger ter ido com você...

— Mãe, o Roger foi a pedido do Théo e da Carina...tudo o que aconteceu entre a gente foi...

— Você gosta dele? A ponto de querer construir uma família.

— Opa! Espera aí... Eu gosto dele sim, mas construir uma família é algo muito forte pra se pensar agora. Nós...

— Por que dona Alícia? — faço um giro com a cabeça no melhor estilo "garota do exorcista" seguindo a voz que vem de trás.

— PAI?!

Vidas Cruzadas ( COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora