Théo e Carina me deixaram em casa, enquanto Roger e Nina foram para a sua. Já estava de banho tomado, indo me deitar quando o interfone toca e o porteiro avisa que Roger estava na portaria esperando que eu o liberasse para subir. E quando a campainha tocou e eu abri a porta vi seu largo sorriso e seus olhos me encarem.
— Não consegui ir para casa. Espero que não me mande embora!
— Eu não faria isso! — ele sorri e me abraça.
Fecho a porta logo atrás de nós para depois ser beijada por ele.
Roger me leva para o quarto ao mesmo tempo em que me beija, não sei como não derrubamos nada do corredor até o quarto, pois não víamos nada a nossa frente, somente nós dois e o desejo em nos amarmos.
Ele me agarra em seus braços e diz no instante em que paramos em frente a minha cama:
— Passei longos dias desejando estar assim com você.
Entrelaço minhas pernas em sua cintura e digo:
— Não tanto quanto eu desejei — seguro seu rosto com as duas mãos e beijo lentamente sua boca.
Roger me deita na cama e sobe em cima de mim. Sua boca percorre a curva do meu pescoço, enquanto puxo sua camisa para fora do corpo. Ele levanta os braços e termina de tirá-la. Não demora muito sua língua desliza sobre minha pele, até que ele abocanhe meu seio, me contorço embaixo dele. Abro sua calça e a puxo para baixo junto a sua cueca cinza.
— Sua pele é tão macia, tão cheirosa... — ele passa a barba em minha barriga.
Meu corpo todo estremece ao seu toque, suas mãos seguram firme a lateral da minha coxa enquanto ele beija toda a extensão da minha barriga até o cós da minha calça de pijama. Ele a puxa lentamente sem retirar os lábios da minha pele. Até puxar por completo a peça de roupa e me observar com olhos ardentes e sorriso safado.
— Roger...
— Te quero tanto, Alícia... — ele beija minha pele nua, mordiscando-a.
Ele sai da cama e retira lentamente o restante da sua roupa. Roger fixa seus olhos nos meus, e depois passeia com eles por meu corpo. Sento-me na cama e ele engatinha em minha direção, completamente nu. Ele mordisca meu lábio, seguindo suas mãos até o fecho do meu sutiã, ele retira a peça sem qualquer problema. E depois volta a beijar meus lábios...
***
Logo que acordamos, Roger ainda mantinha seus braços em volta do meu corpo. O despertador invade nossos ouvidos, gritando ao apartamento que devemos levantar. O que foi feito sobe protesto de ambas às partes, entretanto, ele precisava sair e buscar Nina para levá-la a escola. Faço rapidamente um café, enquanto ele toma banho.
— Te vejo mais tarde? — ele pergunta enquanto termina de vestir sua camisa.
— Sim. — Lhe entrego uma enorme xícara de café.
Roger beija meus lábios antes de bebericar o líquido escuro e quente.
— É melhor você ir ou vai se atrasar. — digo.
— Farei um jantar na sexta, quero que você vá e fique lá em casa comigo. — Beija a curva do meu pescoço e me abraça forte.
— Eu estarei lá.
Ele sai em seguida, após me beijar novamente e eis que minha sanidade volta ao modo: Alícia vá trabalhar!
Tomo meu banho, me arrumo e sigo para o QG, trabalhar me faz bem, mesmo me sentindo estranha, talvez seja esse misto de sentimentos que venho sentindo, pois não consigo explicar o frio na barriga, a cara de idiota que faço quando ele me olha, o sorriso besta que cresce a cada segundo de lembrança dos momentos em que estou com ele. E embora esteja um misto de sentimentalismo, ainda tenho receios e medos complexos.
***
Assim que chego ao QG, vejo em cima da mesa um arranjo enorme de orquídeas.
— Bom dia coisa linda! — Carina está com uma caixa nas mãos.
— Bom dia Cá. O que isso faz aqui? — aponto para as flores.
— O porteiro entregou quando cheguei.
— Endereçadas a quem? — coloco minha bolsa no lugar e procuro por algum cartão.
— A você. O cartão está aí em cima, mas só tem o seu nome. — Carina diz me encarando e um frio na espinha toma todo o meu corpo.
— Você acha que pode ser ele? Ele ama orquídeas.
— O Otávio? — ela bate na madeira. — Deus nos livre! Amiga, ele sabe que depois de tudo o que fez, ele não pode se aproximar de você.
— Não sei Cá...
— Que nada amiga, com certeza isso deve ser de algum leitor, ou até do Roger...
— Espero que sim... Bom, vamos trabalhar!
— Vai, não fica pensando nisso. Você agora está em outra vibe, muito mais feliz, sonhadora e quase realizada por completo. Não deixa essas flores e seus pensamentos derrubarem a felicidade que está rolando na sua vida.
— Ok! Não vou deixar, ou pelo menos não quero deixar, mas é difícil, Cá.
— Eu sei amiga, mas tenta.
E eu tentei, juro que sim, mas tentar me concentrar no trabalho, com aquelas flores ao meu redor me chamando a atenção, era como se elas falassem comigo e me chamassem para olhá-las e todas às vezes que fazia isso, me vinha a mente o meu passado e a inúmeras recaídas do Otávio nas drogas e nas milhares de vezes que ele foi abusivo e estúpido comigo e em todos os socos, pontapés e xingamentos que sofri ao lado dele e esta triste lembrança me dou o estomago, me causou repulsa e olhos cheios de lágrimas... Levantei-me e as joguei no lixo com tanta força que mais parecia uma forma de socar a cara do Otávio e todas as lembranças que tinha dele.
***
Algumas horas depois...
— Está melhor? — Carina pergunta.
— Sim, nem acredito que consegui colocar todo o trabalho em dia depois do que houve.
— Nem eu! Você ficou bem nervosa e pensei até que iria embora. — Sorrio.
— Se eu fosse para casa, continuaria a pensar.
— Você precisa ocupar a boca e não a mente. Vamos comer algo!
— Concordo plenamente! Bora comer algo.
Levanto-me rapidamente da cadeira e sigo para a cozinha, estou morrendo de fome. Ao abrir a geladeira sinto um forte cheiro de queijo velho e sinto meu estômago revirar.
— Cá, você não havia limpado a geladeira? Por que tem queijo velho aqui ainda. — digo voltando com o rosto tampado com um pano de prato.
— Carambolas! Eu esqueci amiga... — ela vai até a geladeira e ao sentir o cheiro do queijo, também passa mal. — Puta merda! Parece que tem um defunto dentro dessa geladeira.
— Tem quanto tempo que não fazemos uma faxina nessa geladeira? Precisamos fazer uma urgente.
Vou pegar um saco de lixo e jogar tudo fora, podemos passar no mercado e fazer umas comprinhas pra cá. — eu ajudo a limpar, mesmo querendo vomitar a cada dois segundos.
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Vidas Cruzadas ( COMPLETO)
RomanceAlícia tem uma vida tranquila, harmoniosa e rodeada de pessoas que a ama, mas nem sempre foi assim. Hoje ela é uma mulher determinada a realizar seus sonhos e conquistar seus objetivos. Entretanto, os traumas do passado a fizeram desacreditar no amo...