Capítulo 8

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***ANAHÍ***

Ela segurou a minha mão e se virou para abrir a porta. Eu não queria sair dali.

Depois daquela porta estava a nossa realidade que eu não queria encarar.  Ainda travei meus sapatos por alguns segundos no chão, na intenção de que ela voltasse.

Ela deu uma leve risada e me deu um último e rápido selinho.

- Vem, meu amor! - ela me disse. - Depois voltamos aqui para aproveitar um pouco mais.

A palavra "amor" pronunciada por ela mexia demais comigo. Se iríamos voltar depois, por que tínhamos que ir embora naquele momento?

Deixei com que ela me conduzisse e assim que entramos no salão, eu me deparei com o meu pior pesadelo. Tovar se aproximou e eu a vi sorrindo, toda apaixonada.

Não era justo, a poucos segundos atrás aquele sorriso e aquele olhar me pertenciam.

- Aonde você estava que demorou tanto? - Tovar disse em um tom irritavelmente carinhoso.

Ela soltou da minha mão e deu as mão para ele. Tovar a trouxe mais para perto e deu um rápido beijo em seus lábios. Argh! Tive vontade de vomitar! Sério.

Aquilo doía muito. Eu estava a ponto de sair, quando Maite  soltou uma das mãos dele e alcançou a minha, entrelaçando os nossos dedos.

- Eu estava matando a saudades da minha amiga. Fazia tempo que eu queria conversar com a Any e não conseguia.

Olhei para nossas mãos e depois para a outra que estava com Tovar. Logo em seguida olhei para eles e percebi que me olhavam.

Fiquei sem graça. Por um lado eu estava feliz pela Maite não ter me esquecido naquele momento. Porém as condições eram péssimas.

- Eu vou procurar o meu marido... Ele deve estar preocupado...

-Ok- Tovar disse e sorriu. - Divirtam-se!

Maite se soltou dele e me conduziu a um abraço. Juro que a minha vontade era agarra-la ali mesmo.

- Depois conversamos mais, tá? - ela disse. -Eu te amo!

Sorri e não respondi.

Não foi desfeita, eu simplesmente não consegui ao ver Tovar ali do lado dela.

Voltei para a mesa e todos me olhavam. Com certeza a minha cara não devia ser das melhores.

- O que houve, meu amor? - meu marido perguntou.

Não, não, não! Não me chame de "amor". Você não.

- Nada. - respondi.

Calada estava e calada fiquei.

Ao mesmo tempo que lembrava com carinho do que havia acontecido, a lembrança me gerava um vazio enorme dentro de mim.

O casamento da minha melhor Amiga - PortirroniOnde histórias criam vida. Descubra agora