***ANAHÍ***
Estávamos ali deitadas. Eu estava completamente realizada em tê-la do meu lado, sentindo o seu perfume, porém Maite estava inquieta. Deitada na cama, olhando para o nada, com uma expressão pensativa em seu rosto.
— Maite, o que está acontecendo? — perguntei, preocupada.
Ela suspirou e, finalmente, olhou para mim com tristeza nos olhos.
— Any, eu sinto falta da Lia. Ela nunca ficou tanto tempo longe de mim, e isso está me consumindo por dentro.
Eu dei um beijo em seus lábios e segurei suas mãos, tentando confortá-la.
— Eu entendo, amiga. É difícil estar longe dos nossos filhos. Mas se vocês quiser, posso buscar a Lia para você.
— Talvez seja melhor eu ir buscar.
— Não se preocupe! Eu vou.
Dei mais um beijo em seus lábios e me levantei. De verdade, não queria que ela fosse. Vai que o Andrés falasse algo e fizesse com que ela ficasse?
Não! Eu não podia deixar.
Fui até o quarto de Andrés, bati suavemente na porta, e ele abriu, parecendo surpreso. Seus olhos estavam avermelhados, como se tivesse estado chorando.
— Andrés, vim buscar a Lia para ficar no nosso quarto. A Maite está com saudade dela.
— Por que ela não veio até aqui pegá-la?
— Ela está descansando...
Ele deu um suspiro muito desanimado e na hora eu entendi que ele relacionou que ela estava descansando devido ter transado comigo. Eu sei que eu não queria a Maite com ele, mas eu não podia ser tão cruel. Afinal, ele estava visivelmente abalado.
— Faz poucos meses que ela teve a Lia. — eu disse tentando minimizar a situação. — Não era justo eu deixar com que ela levantasse.
Andrés olhou para dentro do quarto e abriu a boca para dizer alguma coisa, porém recuou. Apenas entrou, pegou a bebê em seus braços, deu um beijo demorado nela e a estendeu para que eu a segurasse. Seus olhos encheram de lágrimas.
Preferi não perguntar nada a ele, respeitando a sua privacidade. Se bem, que eu sabia o porquê ele estava daquele jeito.
— Oi, meu amor! — sorri para Lia. — A mamãe Any estava com saudades! Agora vamos ver a mamãe Mai?
Abri a porta e pude ver o rosto de Maite se iluminar ao ver eu entrando no quarto com a Li em meus braços.
— Lia!! — Maite sorriu, sentando na cama e estendendo os braço para pegá-la.
Ela acariciou o rosto de Lia com carinho.
— Obrigada por buscá-la, Any! — disse Maite, ainda preocupada, mas com um sorriso no rosto. — O Andrés falou alguma coisa?
Preferi não falar nada para não deixá-la preocupada naquele momento. Em vez disso, sorri e acariciei o ombro de Maite.
— Não falou nada. O Andrés estava apenas cuidando de Lia como um bom pai faria.
Maite a abraçou a Lia com força e deu um beijo. Logo em seguida olhou para mim, inclinando o rosto para frente. Entendi seu pedido e dei um beijo em seus lábios.
— Sei que era nossa noite juntas. Mas ainda não estou preparada para ficar longe dela.
— Tudo bem, meu amor. Eu não importo de ficarmos com a nossa filha. Mas foi bom que aproveitamos um pouquinho sozinhas também.
— "Nossa" filha.
— Claro! Eu sou a mãe da Lia e ela sabe disso. Não sou madrasta, sou mãe... Assim como você é mãe dos meus filhos.
Maite apenas deu risada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O casamento da minha melhor Amiga - Portirroni
Fiksi PenggemarMesmo com toda a correria da vida agitada, uma amizade verdadeira consegue se manter viva no coração de cada uma. Porém, um amor escondido cercado de medos e arrependimentos não permite que possam viver da maneira que gostariam: pular as barreiras...